quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Sou pequenina


Senhor, sou pequenina, não sei nada de mim e nada da vida. Não entendo e não compreendo o porquê de sentimentos tão confusos, desordenados e às vezes sem discernimentos.
Muito melhorei, mas ainda assim, diante de todos os avanços, me sinto só e vazia. Há algo dentro de mim que pede incessantemente a Tua presença. Tenho sede de Ti, não posso mais sobreviver sem tê-lo em mim.
Para amar é preciso ser pequeno, o menor que se abaixa encontra a melhor parte, a alegria de se dar...”
Senhor, mesmo sendo pequena, creio que não me foi concedida a melhor parte: a alegria. Lágrimas insistem em cair constantemente, feridas persitem em não cicatrizar e novas mágoas, novas razões para chorar começam a desabrochar. Será que querer entregar-me à igreja é a forma que eu encontrei de fugir da vida aqui em meio à sociedade?
Não quero ser falsa e hipócrita Diante do Teu Divino Amor. Não quero mais essa vida que me faz sentir a pior das criaturas. Leva-me Pai para perto de Ti! Não suporto mais o peso de minha cruz, não suporto mais tentar ser Serva e não agir como uma. Do que adianta palavras ditas aos próximos se dentro de mim, o pecado concedido de minha gestação faz-se presente? Esse é peso que terei de suportar por não conseguir me livrar do erro que não cometi. Não agüento mais olhar aquela que mais amo e ver lá no fundo de seus dos olhos a mancha negra de minha origem. Eu a amo tanto, mas o que ela passou dói muito em mim, me faz culpada...
Leva-me Senhor para perto de Ti, sou pequena, não tenho forças suficientes para carregar as injustiças do mundo, os amores não correspondidos...
Leva-me Senhor...
Já não tenho mais vontades e nem sonhos para querer conquistar aqui neste mundo. As amizades que pensei serem verdadeiras só duraram sete meses, eles já não são como antes, parecem não se importarem, tanto faz eu estar ou não presente. Os amores são provações. Não sou digna de cumprir as missões que me foram confiadas, eu fraquejei...  São tantas coisas que me fazem sentir-me pequena e indigna.
Meu Deus, eu sou pequenina apesar de já estar crescida. Quero voltar a ser criança... Quero uma infância diferente, não quero aquela que vivi, pois ela é marcada de dores silenciadas.
Senhor...renova minha alma, transforma o meu ser.
São Luis,  09/ 05/ 2010

Aline Xavier Bras

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