quinta-feira, 28 de julho de 2011

Lançar-me no coração de Jesus


Todo  homem é capaz de Deus, porque este foi criado à imagem e semelhança do Verbo que se fez carne e cravou todos os nossos pecados em um madeiro.


Estou aqui para partilhar com cada um de vocês aquilo que o Espírito Santo colocou dentro de mim no decorrer da semana.
A pregação tem por tema: Lançar-me no coração de Jesus. Eu pergunto a cada um: em que consiste esse lançar? Será que comparecer às missas todos os domingos, lerem a Palavra ou participar semanalmente de grupos religiosos é se lançar no mar do coração de Jesus? Eu digo que não, e abrindo a Palavra em Lucas 1, 38 teremos um exemplo claro do que vem a ser esse lançar.
Então disse Maria: ‘Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua palavra’. E o anjo afastou-se dela”.
“Faça-se em mim segundo a tua palavra”. Olhando nas  entrelinhas, encontramos  a preciosidade  do sim, a verdadeira confiança de acreditar sem ver, de se entregar e se despojar nas mãos de nosso Pai. A vontade de Deus antes da nossa. Ele sabe o que é melhor,  reserva o bom para cada um de nós, tanto é que Ele nos fez imagem e semelhança. Maria se lançou neste mar. Uma jovem que deveria ter em torno de 15 anos recebeu a missão de ser mãe do Salvador. Imaginem o estado de choque em que essa mulher se encontrou. O amadurecimento dela em não se desesperar em ser mãe sem nem mesmo ter conhecido um varão. Maria, com seu silêncio sentiu medo, a lei poderia condená-la, mas ela não se preocupou, em silêncio, apenas aceitou sua missão de trazer ao mundo Jesus.
Além de Maria, temos também outros exemplos de homens que simplesmente se lançaram verdadeiramente ao coração de Deus: Abraão quando foi colocado à prova, tendo que oferecer seu único filho Isaac em holocausto; Jacó, um grande patriarca que chegou a lutar com um anjo para receber uma benção e vindo para a atualidade cito aqui, São Francisco de Assis, Santo Antonio, Madre Teresa de Calcutá; pessoas que deixaram tudo para viver a pobreza, acolhendo os pobres e necessitados, e assim temos  tantos outros que deixam tudo e simplesmente mergulham no coração de Jesus. Vivem o evangelho na prática, levando a palavra e construindo a civilização do amor.

O Beato Papa João Paulo II, logo que foi eleito papa disse: “Viajarei por onde me chamarem as exigências da fé e dos valores humanos”. E esse papa, conseguiu unir diversas nações, conseguiu incendiar os corações dos jovens para uma devoção a Deus, motivou a formação dos santos de calça jeans que comem hot-dog e bebem coca-cola, que vão ao cinema e jogam futebol.
Lançar-se no mar do coração de Jesus é não temer atuar no mundo onde o pecado se enraíza, é ter um olhar holístico e identificar os sedentos do Amor verdadeiro, é ser o protagonista do Evangelho e ter a ousadia de ir ao encontro dos necessitados, levando uma palavra de amor, um pouco de carinho... É doar-se por inteiro em prol de uma vida salutar e contemplativa.
São Luís, 28/ 07/ 2011
Aline Xavier Bras

sábado, 9 de julho de 2011

Liberdade


Liberdade, liberdade... Quantos não desejam ser livres e estão com ela ao seu lado?
Hoje, eu finalmente descobri o verdadeiro significado de liberdade. Descobri que ser livre não é fazer a própria vontade, mas fazer aquilo que preenche o nosso coração, trazendo uma felicidade que inunda a nossa alma, fazendo-me contemplar de certa forma o eu interior. É encher-se de euforia com algo realizado e almejado quando conquistado com nossos próprios esforços e dentro das leis humanas e divinas.
Liberdade é rir sem forçar a barra, rir com vontade, como criança que dá aquelas gargalhadas até com simples movimentos que fazemos para ela. Ser livre é sentir o cheiro do das flores, a brisa do mar, é obedecer aos seus superiores sem se sentir inferiorizado. Ser livre é correr pelo campo, é ter um lar para morar e alimentos para saciar a fome.
Ser livre é obedecer às regras da liberdade e assumir as suas responsabilidades.
Definir liberdade é quase impossível, porque simplesmente o seu conceito disponível em dicionários não define a totalidade que abrange o amplo significado que tal termo possui na prática, mas nos dá uma mínima idéia do que este vem a ser; liberdade é pra ser vivida, pois só assim compreenderemos o sentido completo do que essa palavra na prática tem a nos dizer.


Liberdade é saber lidar com os nossos defeitos e aceitar que não somos perfeitos; é saber transformar as nossas incapacidades em algo aproveitável que possa levar alguém menos capacitado a se sentir melhor, afinal, também somos imperfeitos, a máquina humana feita por Deus apresenta falhas de fabricação, mas nada que não possa ser resolvido com um pouco de humildade e sabedoria.
Hoje escrevo este texto sem a menor noção do que venha ser a tal liberdade que aqui defino. Tiro do fundo do meu coração e do meu pensamento uniões de palavras que venham compor um entendimento concreto e direto que venha mexer com a mente do leitor, levando este a desenvolver os seus pensamentos imaginações do ponto que desejo aqui expressar.
Se você não compreendeu o que aqui quis transparecer, alcancei meu objetivo, pois desejo motivá-lo a escrever o seu próprio entendimento sobre o que é essa tal liberdade que todos possuem mais poucos a enxergam!


Logo, contraponho que digo no início, “hoje eu finalmente descobri...”, na verdade, eu não descobri, mas fui capaz de escrever aquilo que pra mim venha ser Liberdade.

São Luis, 09/ 07/2011
Aline Xavier Bras

sexta-feira, 8 de julho de 2011

As parábolas dos Evagelhos

Por vezes, há no espírito humano certa atração por coisas banais. Isso porque a realidade criada por Deus é tão excelente, que nossos olhos não se interessariam por certas coisas se não fosse esse atrativo.
Nos Evangelhos, as parábolas de Nosso Senhor Jesus Cristo — cada uma mais magnífica do que a outra, a tal ponto que qualquer forma de comparação em literatura não é senão pó e cinza — são apresentadas com base em casinhos da vida quotidiana.

Um exemplo. Sobre os lírios do campo, narra o Evangelho: “Olhai os lírios do campo, como crescem: não trabalham nem fiam. Contudo digo-vos que nem Salomão em sua maior glória jamais se vestiu como um deles. Se, pois, Deus veste assim uma erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada ao fogo, quanto mais a vós, homens de pouca fé!” (Mt 6, 28-29).
Na Palestina daqueles tempos não havia fábricas de tecido. Todos se vestiam com tecidos que as mulheres fiavam. Nesta parábola, Nosso Senhor compara os lírios do campo com o esplendor de Salomão, rei famoso por sua sabedoria, conhecido no mundo inteiro. Entretanto, nem Salomão em toda sua glória se vestiu com tanta beleza como os lírios.
O lírio do campo ostenta sua beleza. A glória de Salomão alcançou sua celebridade. Nosso Senhor aproxima esses dois elementos, mas ao aproximá-los Ele os transforma em raios de sol.
Poderíamos analisar os pormenores das numerosas parábolas dos Evangelhos. O que se nota? Estão cobertas pelo pó da banalidade. Entretanto, Nosso Senhor tira maravilhas da banalidade. Ele deita seu dedo nesse pó, mexe e sai poeira de ouro! Evidentemente, isso se deve ao dedo divino, que tocou numa coisa comum e a transformou em ouro.
Com isso, a sabedoria divina nos dá uma lição: se começarmos a prestar atenção na realidade criada, chegaremos a considerações em que o nosso espírito se elevará a um ponto tal que não encontrará palavras para exprimi-las adequadamente.
Isso me sugere uma palavra muito bonita, quase não utilizada hoje em dia: INEFÁVEL. É uma linda palavra, de natureza tal que corresponde a uma idéia, a uma verdade que o espírito humano conhece, mas que não encontra palavras suficientes para exprimir. É indizível.
É belo que o espírito humano conceba algo e encontre uma palavra apropriada para exprimi-lo. Entretanto, é também belo que conceba algo e não encontre palavras adequadas para significá-lo.
São lindos princípios que nos sugerem as parábolas de nosso Divino Salvador!
Plinio Côrrea de Oliveira