domingo, 18 de setembro de 2011

A simples essência


Pessoas surgem em nossas vidas constantemente. Algumas, de forma inexplicável, se enraízam em nossos corações tão rapidamente que podemos citar uma a seguinte frase: “amigo fiel refúgio precioso, quem o descobriu encontrou um tesouro”.  Assim descrevo meu caríssimo amigo Cássio Cardoso de Araujo.
Lembro bem a primeira vez em que o vi. Foi uma intimidade tão grande, que no segundo dia, já estávamos fazendo planos e trabalhando juntos. Abraços, partilhas e cumplicidade. Uma caixinha de boas surpresas que inunda o meu ser.
E aqui, partilho palavras deste jovem que se lança, transparece e serve. Que tais palavras venham levar cada leitor a refletir e a mergulhar neste turbilhão de graças fornecidas pelo Espírito Santo.

Caros amigos que possuem a força e a esperança posta nas palavras de nosso Senhor Jesus Cristo! Dia a dia nossa vida vai sendo levada ao mais banal e rotineiro fraquejar de caminhos tortuosos a qual cada cristão passa. Não necessitamos de tantos pesares se a ação do amor pode atuar em nós.
A tristeza e o pesar de dores pelas falhas de não ouvir um bom conselho nos reverte de áurea de medo e angustia. Muito mais que um simples peso de consciência, nossos pecados nos roubam as mais belas virtudes do espírito, o mundo torna-se um peso do qual não entendemos o porquê de estarmos simplesmente existindo ou porque continuar na obra do Senhor. Mas tudo isso é apenas uma cilada do inimigo que quer nos compartilhar sua derrota.
Assim como Esdra falou aos israelitas:
“Ninguém fique triste, pois a alegria de Javé é a força de vocês.” (Neemias 8, 10b)
Peço a todos que mergulhem na palavra de Deus e inspirados por ela o maravilhoso mistério das suas promessas possam entrar na sua vida até o derradeiro fim do mundo.
As palavras de Deus e o coração sedento de ajuda formam o elo perfeito para a justa felicidade do que o temem.

A palavra de Deus ora parece-nos dura a ponto de negarmos  a sua verdade. Uma palavra atentamente revela-se n confirmação de todos os nossos pecados, os julgamentos prévios nos condenam por si só. Sempre é tempo de arrependimento e de partir para a propagação da boa nova. Se enxergarmos inevitavelmente o defeito de nossos irmãos que possam ser não sobre o prisma da crítica e sim através da oportunidade de orientá-lo a uma vida sem graves erros.
Quem é esse que sabendo da verdade não é tentado? O inimigo persegue a todos que tem nas mãos a possibilidade de mudar os erros ao seu redor, são os inspirados pela palavra que combatem as legiões do maligno.
Javé é aquele que paga a cada um com suas obras. O juiz que dá a sentença da vitória e da derrota.
Qual homem pode comprar a salvação com seu ouro e sua prata?

“Quando você falar com deus, não seja precipitado, e o seu coração não se apresse a falar, porque Deus está no Céu e você na terra.” (Eclesiastes 5, 1)
A verdadeira fonte da sabedoria consiste em temer a Deus em silêncio, a sua voz então ecoa em nós  a cada momento em que sua vontade vem aos que não estão esse estado de fato de silêncio.
A busca desse amor de Deus e o desejo de realizar suas obras significam muito mais que simplesmente está em lamentações e pesares, a dor de ser cristão é fortaleza para o crescimento  da fé. Que possamos dizer sempre:
“É tua face que procuro Javé. Não me escondas a Tua face.” (Salmos 27/ 26, 8-9)
A certeza da fé é estar pleno da veste armadura que é a palavra de Deus.
Definitivamente a muito mais que um doce desejo de salvação nos que propagam os ensinamentos do senhor ademais felicidade de amar cada vez mais o próximo.
O amor recorre a todos os sentidos para que no final a verdade venha a ser só uma a de que tudo supera!
É uma constante que se pratica sem esforço de reconhecimento e vaidade
Cássio Cardoso de Araujo

sábado, 10 de setembro de 2011

Santa Rosa de Lima

Nativa nos primórdios do Novo Mundo, esta extraordinária mística peruana galgou os mais altos cumes da santidade.
Para vencer o desregramento que atingiu nossa natureza depois do pecado original e adquirir domínio sobre os movimentos da concupiscência é preciso que nos mortifiquemos, aplicando, segundo a norma pregada por Santo Inácio, o agere contra.
Isso explica o grau incrível de penitência que praticaram muitos santos. Alguns deles, como Santa Rosa de Lima, o fizeram de modo tão categórico, que choca o homem amolecido e relativista de nosso século. É por isso uma santa para ser admirada, mas nem sempre se alcança imitá-la, a não ser almas com uma vocação muito especial.
Filha de numerosa e honrada família de mediana fortuna da capital peruana, a futura Santa Rosa de Lima nasceu no dia 20 de abril de 1586.
Quando Isabel — nome que recebeu no batismo — tinha apenas três meses, sua mãe viu seu rostinho transfigurar-se numa formosa rosa. A partir de então passou a chamá-la pelo nome com que ficou mundialmente conhecida, que foi também o de sua confirmação, feita pelo arcebispo de Lima, São Toríbio de Mogrovejo.
Os pais a criaram segundo as máximas de nossa santa Religião. Desde muito cedo a menina teve um sexto sentido para tudo quanto se referisse a Deus Nosso Senhor e à fé católica.
Já aos três anos agia como se tivesse pleno uso da razão, dando provas de virtude apanágio só de pessoa mais experimentada. Assim, um dia em que foi pegar algo numa pesada arca, o tampo caiu-lhe sobre a mão, ferindo gravemente um dos dedos. Este depois inflamou, sendo preciso submetê-la a doloroso tratamento. A menina suportou tudo sem chorar nem se queixar, muito impressionando a todos.
Pouco depois sua mãe teve a infelicidade de lhe aplicar um produto à base de mercúrio no couro cabeludo, para curar algumas erupções. Este penetrou na pele e causou graves lesões. Contudo, apesar da dor que isso provocava, a menina não se lamentou.
Alguns biógrafos relatam que Rosa fez o voto de virgindade aos cinco anos de idade.
Ao crescer, soube Rosa a razão pela qual lhe tinham mudado o nome. E, em sua humildade, julgou que isso era mais motivo de vanglória que de glória. Apresentando seu receio a Nossa Senhora, Ela lhe apareceu com o Menino Jesus nos braços, e disse: “Meu Filho gosta desse nome, e deseja que a ele acrescentes o meu, de maneira que passes a chamar-te Rosa de Santa Maria”.
Rosa compreendeu bem que os favores extraordinários que ela recebia do Céu constituíam um motivo a mais para, seguindo as inspirações da graça, cumprir tudo com a maior perfeição. E exercitava-se em casa em todas as práticas dignas da religiosa mais fervorosa.
Uma série de reveses privou os pais de Rosa de quanto possuíam, deixando-os em extrema necessidade para cuidar da numerosa família. A santa, que era exímia no manejo da agulha, passou a confeccionar rendas e bordados para ajudá-los. Dividiu para isso o dia em três partes: na primeira, de 10 horas, fazia trabalhos de mão; na segunda, de 12 horas, dedicava-se à prece. Nas duas horas restantes ela repousava. Vencer o sono foi um de seus maiores esforços. Quando se punha em oração, por mais que mudasse de posição, o sono vinha sempre, e ela tinha que fazer esforços inauditos para vencê-lo. Para acordar no horário que se havia fixado recomendava-se sempre à Santíssima Virgem, que muitas vezes vinha pessoalmente acordá-la.
Rosa transformou-se numa bela moça, cujo maior atributo era a virtude. Por isso a mãe pensou em casá-la com um bom partido, a fim de ajudar a prover às necessidades sempre crescentes da família. E, quando surgiu um pretendente ideal — filho único de viúva rica —, sua mãe a pressionou de todos os modos para que aceitasse o casamento. Mas ela respondia que já se entregara a Deus Nosso Senhor. Toda a família uniu-se para tentar fazê-la mudar de opinião, mas nem agrados, nem maus tratos conseguiram demovê-la.
Rosa leu a vida de Santa Catarina de Siena e tomou-a como modelo e advogada. Desejosa de ser, como ela, terceira dominicana, vestiu o hábito da Ordem Terceira da Penitência do Patriarca São Domingos no dia 10 de agosto de 1610.

A partir desse momento julgou que deveria esmerar-se ainda mais na penitência e mortificação pela Santa Igreja, por sua pátria, pela cidade de Lima e pelas almas do Purgatório, de quem era muito devota. Para se ter uma ideia do que isso significava, convém ter presente que, desde os seis anos de idade, Rosa jejuava a pão e água nas sextas-feiras e nos sábados; aos 15 anos fez voto de não mais comer carne, a não ser por obediência; depois passou a tomar uma só refeição por dia, que constava de uma sopa feita com pão e água; além das flagelações diárias a que se submetia, usava à cintura um cilício feito de correntes, fechado por um cadeado cuja chave jogara fora. A corrente penetrou-lhe na carne, que se inflamou, provocando dores inauditas. Foi preciso quebrar o cadeado para tirar o cilício, que deixou chagas em seu corpo.
O desejo de Rosa pela salvação das almas crescia em proporção do seu amor a Deus. Considerando que elas foram resgatadas por Nosso Senhor, sentia dor acerba em pensar que muitas se perdiam. Pensava, sobretudo, nos que se apartaram da verdadeira Igreja com a heresia protestante; nos pagãos mergulhados nas trevas da idolatria; e nos muitos católicos que viviam como se não tivessem uma alma a salvar. Para livrar todas as almas, queria colocar-se às portas do inferno para impedi-las de nele cair.
A um de seus confessores que partilhando de seu zelo apostólico se sentiu impulsionado a levar a luz do Evangelho às terras dos idólatras, ela prometeu fazê-lo partícipe de todas as suas boas obras, contanto que ele a associasse ao mérito de seu apostolado. Tinha planos de criar um menino pobre para que ele se tornasse sacerdote e fosse às missões converter infiéis em seu lugar.
Chocava-a constatar que muitos sacerdotes não tinham verdadeiro zelo pelas almas, perdendo seu tempo com sermões inócuos. Depois de ouvir um deles, que tinha fama de grande orador, de estilo florido e redundante, ela lhe disse: “Meu pai, vede que Deus vos fez pregador para que convertêsseis almas; não gasteis vosso talento ociosamente em flores, que é trabalho inútil. Lembrai-vos da conta que Deus vos pedirá por tão alto ministério”.
Aos confessores e pregadores rogava que persuadissem seus penitentes e ouvintes de que a oração é o remédio universal para todas as enfermidades do corpo e da alma. Nunca deixou de rezar o Rosário, no qual considerava que as orações vocal e mental estavam muito bem conjugadas.
Os êxtases de Rosa de Santa Maria eram tão frequentes que bastava ela entrar em oração para seu espírito subir às mais altas paragens. Cheia de gratidão, dedicava determinadas horas do dia para agradecer a Deus pelos inúmeros benefícios que recebia. Meditava constantemente nos atributos do Altíssimo e venerava cada um deles de modo particular.

Com a ajuda de um de seus irmãos, construiu uma ermida no jardim da casa e nela passou a viver retirada. Ali experimentou todos os fenômenos da vida mística.
Os frequentadores do convento do Rosário a certa altura notaram que ela, contrariamente ao que fazia todos os dias, não mais aparecia para assistir à santa Missa. Rosa respondeu que não necessitava sair de sua ermida para assisti-la, pois, de sua cela, via e ouvia quantas missas se celebravam no hospital do Espírito Santo e no convento de Santo Agostinho.
Rosa sofreu também muitas provações espirituais, chegando a ser tentada de que não salvaria sua alma. Uma vez em que apresentava a Nosso Senhor esse grande temor, disse-lhe Ele: “Minha filha, tem ânimo, que eu não condeno senão aqueles que querem condenar-se”.
Santa Rosa de Lima faleceu em 24 de agosto de 1617, aos 31 anos de idade, sendo canonizada em 1672.
 Plínio Maria Solimeo
Revista O Catolicismo

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Santa Catarina de Gênova


A célebre família Fieschi, de Gênova, deu à Igreja dois Papas, nove cardeais e dois arcebispos, e à pátria muitos magistrados e aguerridos capitães. Santa Catarina nasceu dessa família no ano de 1447. Seus pais eram fervorosos católicos e a educaram no santo temor de Deus.
         Desde pequena Catarina foi objeto de copiosas bênçãos do Céu, entre estas a de receber aos oito anos de idade um dom particular de oração e união com Deus. Aos 12, começou a renunciar inteiramente à sua vontade para só fazer a do Divino Redentor, e consagrou-se com afinco às coisas espirituais, meditando continuamente na santíssima Paixão de Nosso Senhor. Quis consagrar-se a Deus num claustro, quando tinha 13 anos, mas não foi admitida devido à idade insuficiente.

         Nessa época, Gênova era teatro de sangrentas guerras entre guelfos (partidários do poder temporal dos Papas) e gibelinos (defendiam o poder do Imperador). O duque de Milão, aproveitando-se do estado anárquico de Gênova, apoderou-se da cidade. Com o estabelecimento da paz e da tranqüilidade, as desavenças entre as famílias rivais foram também se acalmando. Duas famílias nessas condições eram a dos Fieschi e a dos Adorno. Para cimentar uma reconciliação entre elas, foi concertado o casamento de Catarina Fieschi, então com 16 anos, com Julião Adorno. Como em tudo via a mão de Deus, Catarina aceitou essa situação tão contrária aos seus desejos.
O casamento não foi feliz, pois Julião era de temperamento colérico, volúvel e extravagante. Ao contrário de Catarina, amava as pompas e vaidades do século, o luxo, os prazeres. Com isso, concebeu verdadeira aversão à esposa, desprezando-a e ultrajando-a de muitos modos. Agravava essa situação o fato de ser ele um jogador contumaz, que dilapidava no jogo não só sua fortuna, mas também o dote de Catarina. Aos poucos a família foi caindo na pobreza. Apesar de tudo, Catarina era-lhe inteiramente submissa e procurava, pela paciência e virtude, conquistá-lo para Deus.
Desamparada humanamente, parecia que Deus Nosso Senhor deixara a pobre Catarina entregue à sua própria sorte pelo espaço de cinco anos. Os parentes, vendo-a tão maltratada e provada, insistiram com ela para distrair-se e retomar a vida social, o que a levou a trocar visitas com senhoras de sua categoria e freqüentar diversões e festas de seu círculo, tudo com muita moderação. Mas essas iniciativas, ao invés de saciar seu coração, comunicavam-lhe espantoso vazio, situação que durou outros cinco anos.
Foi então que sua irmã monja aconselhou-a a consultar o confessor de seu convento, homem piedoso e experiente na vida espiritual. No dia de São Bento do ano de 1473, aos 26 anos, ela procurou aquele sacerdote; e narrou depois que, tão logo se pôs de joelhos no confessionário, “foi objeto de uma das mais extraordinárias operações de Deus na alma humana, de que tenhamos notícia. O resultado foi um maravilhoso estado de alma que durou até sua morte. Nesse estado ela recebeu admiráveis revelações, às quais às vezes se referiu aos que a rodeavam, e que estão sobretudo incorporadas em suas duas celebradas obras – os Diálogos da Alma e do Corpo e o Tratado sobre o Purgatório.

Um de seus biógrafos assim descreve essa graça: “O Senhor dignou-se iluminar sua mente com um raio tão claro e penetrante de sua divina luz, e acender em seu coração uma chama tão ardente de seu divino amor, que ela viu em um momento, e conheceu com muita clareza, quão grande é a bondade de Deus, que merece infinito amor; além disso, viu quão grande é a malícia e perversidade do pecado e da ofensa a Deus, quaisquer que sejam, mesmo ligeiros e veniais”.(2) Nesse momento Catarina sentiu excitar-se em seu coração uma contrição muito viva por seus pecados; e um amor tão grande a Deus, que colocou-a fora de si. Exclamava: “Amor meu, nunca mais hei de ofender-te!”.
         Essa chama ardente consumia seu coração e a levava a um desejo insaciável da santa comunhão. Por isso obteve a graça, raríssima para aquele tempo, de poder comungar diariamente. Sentia-se tão fortificada com o pão dos anjos, que chegava a passar os 40 dias da Quaresma e os do Advento sem tomar outro alimento além de um copo de água misturada com vinagre e sal.
         Para que seu corpo e sentidos estivessem sujeitos e obedientes ao divino amor que a consumia, praticava extremas austeridades. Mal dormia sobre uma enxerga, tendo um pedaço de madeira como travesseiro. Disciplinava-se até o sangue, usava cilícios, e proibiu sua língua de proferir qualquer palavra inútil. Rezava diariamente, de joelhos, durante sete a oito horas.

Nosso Senhor Jesus Cristo lhe apareceu com sua cruz, reduzido ao último estado de sofrimento e irrisão. Imprimiu-se tão profundamente na sua alma a imagem sofredora do Redentor, que ela chorava freqüentemente ao considerar a monstruosa ingratidão dos homens depois do inestimável benefício da Redenção. 
À força de orações, paciência e submissão, Catarina conseguiu converter o marido, que concordou em viver com ela como irmão e secundar suas boas obras. Mudaram-se em 1482 para uma casa contígua a um hospital, no qual ambos cuidavam dos enfermos. Julião entrou para a Ordem Terceira de São Francisco, e depois de penosa enfermidade, tendo recebido todos os socorros da Santa Madre Igreja, entregou sua alma a Deus em 1497.
         Catarina viveu ainda 13 anos, que empregou em orações e obras de misericórdia. Para isso entrou numa associação religiosa, a Sociedade da Misericórdia, constituída pelos mais distintos habitantes da cidade e por oito damas escolhidas entre as mais nobres e ricas de Gênova, com o fim de socorrer os pobres. Catarina ficou encarregada de distribuir as esmolas que a associação angariava. Socorria de preferência os leprosos ou portadores de úlceras gangrenosas, e procurava-lhes habitação, cama, roupa e alimento. Muitas vezes ia às suas casas para lhes prestar os mais humildes ofícios. À força de atos heróicos, conseguiu dominar a repugnância natural a essa hedionda ruína do corpo humano, de maneira a poder cuidar pessoalmente das chagas mais repugnantes.
         Sua dedicação inspirou aos administradores do grande hospital Pammatone, de Gênova, entregar-lhe a administração. Catarina dele se ocupou o resto de sua vida. Essa atividade, porém, em nada a impedia de manter seu coração constantemente unido a Deus.
         Nove anos antes de sua morte, foi atacada por uma doença que durou até seu último suspiro. Os melhores médicos da Itália, sendo homens de fé, declararam que a enfermidade não tinha causa natural, que sua origem era sobrenatural, e que não havia remédio para ela. Freqüentemente deixava-a a dois passos da morte, sofrendo convulsões que a levavam a soltar gritos de dor e faziam tremer os que a viam.
         As duas obras de grande valor teológico que Catarina deixou foram escritas por obediência a seu confessor. Contêm doutrina muito profunda e inteiramente conforme às verdades de fé.



 Nos seus Diálogos da Alma e do Corpo, descreve os efeitos poderosos do amor divino em uma alma e a doce e suave alegria que freqüentemente os acompanham. Tão constante era o seu contacto com as almas do Purgatório, que seu escrito sobre esse lugar de expiação lhe valeu o título de Doutora do Purgatório. Faleceu em Gênova com 63 anos, a 15 de setembro de 1510. Seu corpo foi sepultado na capela do hospital, onde permaneceu 18 meses. Descobriram então um filete de água que passava sob a parede do local em que estava o túmulo. Este foi aberto, e o caixão encontrado em condição deplorável. Entretanto, o corpo estava perfeitamente incorrupto. Nos anos 1551, 1593 e 1642 o sarcófago foi sucessivamente removido para outros lugares. Em 1694, ainda incorrupto, foi colocado num escrínio de prata ornado de cristais, sob o altar-mor da igreja erigida em sua honra no bairro de Portoria, em Gênova, a fim de ser visto e venerado por todos.
Plinio Maria Solimeo
Revista o Catolicismo

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Buscai conhecer o teu Deus e verás que Ele nunca ti abandonará


Deus quando criou o homem  levou em conta todas as suas necessidades. Deu-lhe terra boa, com animais, água e alimentos; para que este não se sentisse só, deu-lhe também uma esposa. E isso não é o mais importante, o amor de Deus é tão grande que Ele fez o homem conforme sua imagem e semelhança.
Neste momento, quero que você relembre às vezes em que Deus veio suprir uma necessidade sua; tente lembrar-se de quantas vezes  você pediu e Deus lhe deu, e se Ele não o atendeu, pergunto: você ficou sem respostas ou com o tempo foi-lhe dado o discernimento do seu pedido não ter sido atendido?
Essas são algumas questões que nos levam a conhecer Deus, o criador de todas as coisas, o Pai que entregou seu filho nas mãos humanas para  salvar a humanidade do pecado. Ainda assim, mediante toda a providência divina, notamos a preocupação do homem para com o dia seguinte, nisso,  é notável a extrema falta de confiança para com Aquele que conhece todas as coisas. A Palavra de Deus nos diz:
“Não vos preocupeis, pois, com o dia de amanhã: o dia de amanhã terá as suas preocupações próprias. A cada dia basta o seu cuidado.” (Evangelho de São Mateus 6, 34)
O que o Senhor quer nos dizer com está passagem? Ele te diz para simplesmente ficar parado esperando a graça acontecer? Não, Ele simplesmente pede que você confie nele plenamente assim como os pássaros e os lírios dos campos confiam nele. Ti entrega ao Senhor, pois  o mais Ele fará em tua vida! Viva o dia de hoje como se fosse o último; busque a Deus constantemente, Ele sente sua falta. Estamos tão presos às coisas do mundo, preocupados com trabalho, comida, estudos, roupas, dívidas e assim vai, que diante deste ciclo vicioso, acabamos esquecendo de dizer: Pai, obrigada por este dia; obrigada pelas dificuldades, pois elas me prepararam para o dia amanhã. Eu aprendi que se eu fizer isso, aquilo não acontecerá. Amanhã estarei mais forte e saberei o que fazer.
Falta compreendermos que Deus não abandona o homem à própria sorte. Não estamos sozinhos neste mundo, Deus é contigo em todos os momentos, Ele nos mantém e nos sustenta e é por essa razão que estamos aqui hoje. O Catecismo da Igreja Católica descreve o seguinte:
Com a criação, Deus não abandona sua criatura a ela mesma. Não somente lhe dá o ser e a existência, mas também a sustenta a todo o instante no ser, dá-lhe o dom de agir e a conduz a seu termo”. (CT § 301)
Notamos nesse trecho que diretamente somos dependentes de Deus, é a Ele que recorremos quando não encontramos saída. É na dor que sabemos dobrar nossos joelhos e clamar a ajuda do Pai. Você consegue enxergar isso? Consegue ver o quão dependentes somos de Deus, mesmo tendo inteligência, força, habilidade e capacidade. O Senhor deseja algo de ti, porque tu és único, você possui capacidades excepcionais, és tu a criatura dos olhos de Deus, você é único e por seres único e insubstituível é que Deus te ama tanto, tanto que com sangue derramado em um madeiro, mediante a humilhações e flagelações é que você foi comprado. Tudo isso não te basta, tudo isso não é prova de amor incondicional? Pois o documento da Igreja ainda nos diz o seguinte: “A criação tem sua bondade e sua perfeição própria, mas não saiu completamente acabada das mãos do Criador. Ela é criada ‘em estado de caminhada’ para uma perfeição última a ser atingida, para a qual Deus a destinou...” (CT §302)
Não somos perfeitos, temos fraquezas. Mas diante de nossas limitações é que nos vem a capacidade de encontrar no abraço do Pai respostas para as nossas dúvidas, soluções para os nossos problemas. Reconhece teu Deus, buscai conhecê-Lo profundamente para que tua vida seja uma perfeita comunhão em amor. Tu não estás só, Deus o espera. Não tenhas medo, Ele está aqui e se você crer verdadeiramente que Ele é verdade e vida siga-O.
São Luís, 07/ 09/ 2011
Aline Xavier Bras