sexta-feira, 8 de abril de 2011

Somos chamados a carregar a nossa própria cruz

O calvário..... 


O que trago aqui no dia de hoje é fruto de uma partilha que tive junto com um amigo logo após a oração do Rosário Meditado.
Refletindo sobre esse pequeno pensamento que veio iluminado pela luz do Espírito Santo, escrevo para que todos aqueles que venham a ler este artigo, também reflitam sobre o momento em que somos chamados a carregar a nossa própria cruz. Não há como rejeitá-la, precisaremos mais cedo ou mais tarde assumir um compromisso pessoal, criar coragem suficiente e conscientizar-se, sem nenhuma lamentação que seremos nós mesmos a transportar a nossa própria cruz para toda a vida.
Era tarde do dia 29 de janeiro. Estava eu na capela do Cristo Rei (sede da Renovação Carismática Católica) rezando o Rosário Meditado quando um grande amigo meu, Nivaldo chegou e junto comigo rezou o Mistério Doloroso Meditado. Era estranho o que acontecia, porque à medida que íamos rezando, eu chorava muito pensando em quantas vezes fui ingrata para com o amor de nosso Jesus, todo o seu sacrifício, toda a sua entrega apenas para me curar e curar toda a humanidade. Sentia-me incapaz de vigiar, pois o grande Mestre sofria a agonia enquanto eu muitas vezes dormia.
Terminado o momento de oração, tentando me consolar, Nivaldo dizia:
“Sabe moça, existe um dado momento na vida que somos convidados, somos chamados, somos obrigados (porque não há como negar, não há como fugir desta tarefa) a pegar a nossa cruz e carregar. Sendo ou não pessoas de caminhada na Igreja, pessoas engajadas na doutrina cristã, até mesmo as pessoas que nunca colocaram os pés dentro do templo; mas chega um dia em nossas vidas que não há mais como negar a cruz, simplesmente temos que carregá-la. Todos, sem exceção, um dia terão que carregar sua própria cruz.
Enquanto rezávamos, eu refletia sobre Cirineu. Ele estava ali passando, seguindo seu caminho e foi chamado a ajudar a carregar a “cruz de Jesus”.  Tiraram-no da rota que seguia para simplesmente carregar a cruz. Ele dizia:
_ Porque eu? Porque eu? Tem tanta gente aqui envolta, porque logo eu tenho que fazer isso?
E nisso, Cirineu estava reclamando muito, porque além de carregar uma cruz que “não lhe pertencia”, ainda ganhava algumas chibatadas que hora e outra pegava nele.
Mas diante de todo esse drama, o que Cirineu não sabia e nem fazia idéia era que aquela cruz, justamente aquela cruz, pertencia a ele, e era Jesus quem o ajudava a carregar.”
Simplesmente somos donos de uma cruz, uma cruz que possui o peso que podemos carregar, mas ainda assim, sendo o seu peso bastante suportável, temos alguém que durante todo o caminho nos ajuda a transportar. Devemos agradecer a Deus por essa cruz, pois é ela que assegura a nossa proximidade com Aquele que por amor, simplesmente por amor, resolveu nos curar.
A Cruz é condição indispensável para quem decide firmemente seguir o Senhor. Todas as testemunhas de Cristo, a começar pelos Apóstolos, os mártires, confessores, padres da Igreja, santos e santas, conhecem a perseguição por causa de Cristo e também as tribulações da caminhada: ‘ se a Mim perseguirem por causa de Cristo e também as tribulações da caminhada: ‘ se a Mim perseguiram também vos perseguirão a vós.” ( João, 15, 20)
É preciso deixar a covardia de lado e assumir as nossas culpas e responsabilidades. É preciso erguer a cabeça e com orgulho carregar a cruz que nos pertence. Jesus já dizia de forma bem clara:
“Se alguém quiser vir após Mim, renega-se a si mesmo, tome a sua cruz, dia após dia, e siga-Me. (Lucas c 9,23)
Carregar a cruz não é sacrifício e nem martírio, ela é simplesmente a condição que foi dada ao homem para seguir verdadeiramente o Senhor. A Santa Igreja não precisa de um exército fraco, incapaz de carregar sua própria arma que exorta tudo aquilo que vem do mal.
A cruz é sinal de libertação e delas devemos nos orgulhar.
Que ”a cruz sagrada seja a minha luz, não seja o dragão meu guia, seja Jesus...” (oração de São Bento)
São Luís, 09/ 02/ 2011
Aline Xavier Bras

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