terça-feira, 2 de abril de 2013

Uma luz nas trevas




É dever de todo cristão católico buscar conhecer a Santa Igreja a cada momento. Conhecer não apenas o que ela faz hoje, mas aquilo que ela fez e deixou de fazer; conhecer o seu processo de evolução para que no dia a dia não caiamos nas ciladas da ignorância.
Para que justamente possamos nos aprofundar na história da Igreja, é que resolvi mudar um pouco o meu contexto de escrita, a fim de partilhar com todos os seguidores um pouco da história. Não é algo muito profundo, mas que ajudará cada leitor a refletir um pouco. Hoje, vamos fazer uma breve análise sobre a Idade das Trevas, apresentado a postura da Igreja diante deste período marcado pelo declínio e pela luta da Igreja para evitar a total destruição.
Bem, a expressão Idade das Trevas consiste no milênio que transcorreu o fim da Antiguidade e o Renascimento. Baseada na cultura Greco-romana e da época do Renascimento, para alguns historiadores, este foi um período com pouco desenvolvimento cultural e científico. Tais historiadores culpam a Igreja, pois segundo eles, “por colocar a fé como único caminho a ser seguido”, o avanço não ocorria. Mas, o que muitos não fazem questão de querer saber é que tal retrocesso foi ocasionado pelas invasões bárbaras e que, se não fosse a Igreja, os resultados teriam sido bem ruins, pois era a Igreja quem ali lutava para impedir tal declínio. O historiador Will Durant afirma que “A principal causa do retrocesso cultural não foi o cristianismo, mas a invasão bárbara; não a religião, mas a guerra. Os aluviões humanos arruinaram ou empobreceram cidades, mosteiros, bibliotecas, escolas, e tornaram impossível a vida dos estudantes e dos cientistas. Mas a ruína talvez fosse muito maior se a Igreja não tivesse mantido uma certa ordem em uma civilização que se desintegrava.”
Durante o século III, a dedicação dos generais romanos consistia em fazer imperadores e não em proteger as fronteiras contra os bárbaros, o que acabou por facilitar as invasões, cuja decadência variava conforme as tribos, que se diferenciavam entre si, sendo alguns hostis e outros não.
Diante das ruínas, estando o Império Romano do Ocidente completamente dividido e sem ordem política, a Igreja tentava restabelecer alicerces de uma civilização que outrora era encantadora. De acordo com o historiador Thomas E. Woods, Carlos Magno fez todo o possível para construir a Nova Europa pós imperial sobre a religião católica. Christopher Dawson também afirma que a Igreja introduziu a lei do Evangelho e a ética do Sermão da Montanha entre os bárbaros. Nesses pequenos detalhes, a Igreja começa a semear um pouco de luz em meio às trevas. Aos poucos visigodos e outras tribos vão se deixando converter. Clovis tem sido um grande exemplo de conversão; casando-se com a católica Clotilde houve certa abertura para a disseminação da religião, dando esperança de um resgate daquilo que fora perdida. Nesta luta de esperança, religiosos acreditavam que o passo inicial era converter os monarcas ao catolicismo, já que os bárbaros se identificavam com seus líderes. Mas tal missão não foi fácil. Os sacerdotes tinham o cuidado de não impor, mas com cautela celebravam missas ao mesmo tempo em que ofereciam sacrifícios aos antigos deuses da natureza, pois “não bastava converter os bárbaros, era necessário guiá-los” a fim de garantir e consolidar a fé por meio da conversão, transformando-a em um modo de vida.
A Igreja, ao longo deste trajeto revolucionário passou por algumas provações de ordem interna e externa. Clovis pertencia a uma linhagem de reis merovíngios, ou seja, uma dinastia franca saliana cujos governantes se envolviam constantemente em guerras civis entre os ramos família, o que afetou a Igreja a ponto de fazer com que os sacerdotes francos que não eram fiéis às suas doutrinas se deixassem corromper pela imoralidade da época, havendo assim uma disputa pelo controle do bispado, que era para muitos, sinônimo de poder e riqueza. Para restaurar a civilização cristã, no século VIII o Papado recorre aos francos em busca de uma aliança, sendo que no século anterior, sem a proteção do império e sobre ameaça dos bárbaros bizantinos, a Igreja toma a decisão de “afastar-se dos imperadores de Constantinopla e procurar e a proteção e cooperação dos francos, que apesar de semi-bárbaros, eram convertidos ao catolicismo.
Com essa aliança se firmando, no século VIII, ao longo de um intenso processo entre merovíngios e francos, Papa Zacarias I abençoa o reino dos francos. Com esta benção, os eclesiásticos ganham a liberdade de trabalhar a restauração da civilização. Carlos Magno, o maior rei franco da época, personifica seu reinado fomentando a educação e as artes, solicitando aos bispos a organização de escolas ao redor das catedrais, o que incentivou a vida intelectual, dando inicio a Renascença Carolíngia.
“O espírito da Renascença Carolíngia nunca arrefeceu, apesar dos terríveis golpes infligidos pelos invasores vikings, magiares e muçulmanos nos séculos IX e X. Mesmo nos dias mais tenebrosos dessas invasões, o espírito de estudo permaneceu sempre vivo nos mosteiros e assim tornou possível o seu pleno renascimento em tempos mais calmos”.
Com a morte de Carlos Magno, a Igreja continua a difundir o conhecimento e a expandir a educação. Em aldeia e cidades, os sacerdotes abriam escolas e desempenhavam a tarefa de educar sem pedir nada em troca.
 Na Europa, a Igreja foi a única luz que sobreviveu às constantes invasões bárbaras dos séculos IV e V. Em meio a tantas invasões e ataques a determinação de monges, sacerdotes e religiosos foi essencial para que futuramente a cultura e a educação fosse disseminada. Muitos professores religiosos surgiram e com tantos estudos, eles tornaram-se essenciais para o progresso. Destes, o maior fruto da Igreja foi o desenvolvimento do sistema universitário.
É desta forma, que a Igreja, apesar dos erros cometidos por alguns religiosos, conseguiu reconstruir uma civilização. Por meio do amor e da dedicação, superou ataques e enfrentou batalhas. Graças à sua prontidão e resistência a ciência continua a progredir. 

São Luís, 02/04/2013
Aline Xavier Bras

segunda-feira, 1 de abril de 2013

A Igreja é indispensável



                Estamos vivendo um período de crise na fé, um período em que na atualidade, todos os que não conhecem verdadeiramente a Santa Igreja, ridicularizam-na por ela buscar implantar na sociedade questões que valorizam os homens como seres humanos. Na verdade, quão mesquinho é este ser humano que a Igreja Católica tanto defende.
No mundo atual, diante de tantas informações, o ensino continua na mediocridade de apresentar de forma distorcida aos nossos jovens que a Igreja foi uma inquisidora, uma repressora ignorante. Esquecem-se que graças à Igreja Católica, e somente a ela é que surgiu um sistema universitário no mundo ocidental, graças à Igreja houve um investimento nas ciências, na medicina e um sistema jurídico básico voltado à sociedade. A Igreja, dentro de uma sociedade que sempre viveu o progresso, buscou extrair o que há de bom em cada fato que influencia essa transformação. Foi dito ainda pouco que graças à Igreja Católica o mundo ocidental cresceu na ciência e outros. Para esse crescimento, a Igreja extraiu tudo aquilo que Roma e Grécia deixaram de positivo, de edificador para formar e construir a civilização. Com essas informações, é preciso entender como a Igreja trabalha, reconhecendo que ela é santa. Santa sim, mas dentro dela existem pessoas humanas e são elas que erram. Exemplo do que é dito é a realidade da Inquisição. Houve falhas sim, mas por meios de estudos, sabemos que a “Inquisição não foi nem de longe tão dura como se costuma retratá-la e que o número de pessoas levadas aos seus tribunais foi muito menor”. (Woods, 2008)
Desta forma, enquanto a mídia interesseira deturpa todos os tipos de informações que desconstrói uma imagem cristã, católicos e representantes da Santa Igreja estão saindo mundo a fora promovendo ainda hoje a Revolução Científica que resgata a dignidade de pessoas que há muito se encontram em uma vala qualquer proporcionado por um mundo de corrupção e egoísmo. Enquanto o a história esconde a importância e o papel da Igreja para o desenvolvimento da ciência, em silêncio buscamos salvar vidas.
Enquanto somos alvo de chacota de ignorantes contemporâneos, estamos nós, Igreja Católica indo nos becos e ruas acolher e salvar pessoas que de tanto sofrer, podem ser comparadas a animais selvagens, estamos nas ruas e nas guerras dando comida e bebida a quem tem fome e tem sede. Enquanto nossos governantes aprovam a lei do aborto, estamos tirando jovens do mundo das drogas e promovendo eventos em prol da vida e da dignidade humana.  Enquanto políticos estão enchendo os seus bolsos com o dinheiro do povo, a Igreja está dentro das prisões tentando resgatar pessoas que são excluídas de uma vida social, está construindo casas de apoio e recuperação às pessoas que necessitam de cuidado.
Imaginem um mundo em a Igreja... Imaginem uma sociedade sem princípios...
A Igreja não é só um lugar de comunhão, mas é também um lugar que dá sentido ao existir humano!
São Luís, 01/04/2013
Aline Xavier Bras

quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Fui feito para amar




Em minhas andanças pelo mundo, em minhas poucas experiências de vida, percebo que a única coisa boa que temos garantido é a certeza de que nós somos filhos amados. Como é bom saber que amados somos.
Precisava tentar expressar aqui nesta pauta tudo o que sucedeu dentro de mim. Preciso dizer que meu coração foi dominado de um amor sem igual, um amor que não se conforma em apenas saber que é amado, mas crer verdadeiramente que este amor é real, concreto e que precisa ser expresso uma vez que eu fui feita imagem e semelhança, reflexo de Deus a partir da força que Dele emana e em mim permanece através do meu sim, da minha entrega e do ato de me fazer pequena para que Ele se torne grande dentro de mim.
Diante do santíssimo, que mais uma vez após a atualização do sacrifício de amor foi exposto, compreendi de forma perfeita o quanto devemos nos colocar nos braços do Cordeiro. Esse colocar-se, não é o simples fato de se ajoelhar e chorar adorando-O, mas de se lançar violentamente ao mais profundo e benevolente amor. Do que adianta dobrar nossos joelhos se a nossa alma não se curvar humildemente para recebê-Lo? Do que adianta comungá-Lo, se não sentirmos as vestes de pecado dentro de nós se estraçalhando por optarmos em sermos puros e livres para segui-Lo? Chega de mediocridade em nossas vidas, precisamos nos tornar violentos, e assim nos lançar no altar do coração de nosso Senhor!
E neste lançar, tornamos-nos servos, na verdade, mais do que servos. Uma vez dispostos a entregar toda a nossa vida para ser consumida merecidamente por Deus, estamos dando um sim de corpo e alma que não nos permitirá olhar para trás. Queremos seguir, eu quero seguir. Sentir minha alma inflamar, tornar-me prisioneira do mais doce amor; amar até que doa dentro de mim, e no misto de satisfação, sentir que a eternidade perpassa pelo sacrifício de se entregar ao amor e por amor de corpo e alma. A eternidade consiste verdadeiramente em construir o reino dos céus dentro de nós, lembrando que só podemos contemplar Deus no sacramento a partir do momento que deixamos a imagem de Deus, a luz Dele, emanar de nós.
O sofrimento ganha sabor, as dúvidas não precisam ser respondida, o tempo, já não é importante, pois vivenciamos o kairós.
Desta forma, eu, que tanto lutei e andei por caminhos dolorosos, já não me importo se uma lágrima cair de meus olhos. Não me importo porque reconheço de forma clara que Alguém a secará, para torná-la em balsamo. Não me importa tudo sofrer por amor, pois receberei com alegria tudo que vier, uma vez que o Tesouro não pode ser escondido. Dobrarei não meus joelhos, mas minha alma para que todos possam perceber que em meu coração a luz que brilha em mim é sobrenatural.
“Vou te levar, vou te mostrar, que todos possam ver a luz que vem de Ti e brilha em mim, não posso ocultar, vou Ti levar em meu olhar...”, pois fui feita para amar.
São Luís, 30/01/2013
Aline Xavier Bras

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Sou luquinha por toda a vida



          Que o Ministério Universidades Renovadas é um orgulho para todos os luquinhas nós já sabemos, mas, se aprofundar na gênese deste ministério é algo sobrenatural!
          Em dezembro de 2012, durante o Encontro Estadual em Caxias-MA, fui presenteada com o livro Dai-lhes vós mesmos de comer, escrito por Ivna Sá dos Santos, umas das pioneiras do Ministério Universidades Renovadas. O presente foi uma premiação por ter tirado o primeiro lugar na amostra científica com o trabalho intitulado por São Luís do Maranhão: um olhar voltado para a compreensão das manifestações culturais do bumba-meu-boi.
          Estou há mais ou menos três anos dentro deste ministério, e confesso que nos momentos de maiores angustia eu fui carregada (inclusive no sentido literal) por este ministério que vive de fato o ser família anunciado por Cristo. Lendo este livro e refletindo cada palavra exposta pela Ivna, lágrimas caíam de meus olhos. Talvez tenha um pouco de exagero, uma vez que sempre fui muito emotiva, mas, como não chorar lendo este testemunho de anos e rememorando a cada momento as realidades vividas nesses três anos juntos aos luquinhas que fazem essa história real nos dias de hoje? Para mim, não há como não deixar de chorar e cantar que “lágrimas rolaram pra estarmos aqui e pra continuarmos o que pode vir...”. E o que pode vir nos dias de hoje? Eu preciso dizer que muito ainda será escrito ao longo do tempo, pois vivemos em um país continental que ainda não alcançou a total amplitude do sonho de amor anunciado no ano de 1990. Olha que aqui ressalto apenas o nosso país, imagine o que os demais países que vivem essa realidade também não têm a dizer sobre esta história que a cada dia se renova e ganha novas proporções?
Em cada capítulo deste livro, conseguia associar a realidade de antes com a realidade de hoje. A Ivna relatando as correrias para organizar o ENUCC’s, me fazia lembrar as nossas correrias aqui no Maranhão para organizar nosso I Acampamento, as nossas correrias em sinais de trânsitos para conseguir grana para as calouradas, as nossas correrias para juntar dinheiro e levar luquinhas para eventos em outros Estados e principalmente a nossa correria para vivermos o Bote Fé dentro da Instituição de Ensino Superior, a Universidade Federal do Maranhão. Sim, nunca ei de esquecer do dia em que Milena (coordenadora diocesana), junto com Dira e Eulina chegaram até mim dizendo que haviam sido recebidas pelo reitor e que este, não só disse sim ao ministério, mas revelou também o quanto ele amava a nossa Igreja, a sua Igreja. Desde então, sonhos se realizando e muito choro de todos que assim como eu, deixam as lágrimas rolarem de forma simples.
          Durante esses dias de leitura, intercalando o passado, com o presente e o futuro do MUR o Senhor, dentro da minha rotina de luquinha universitária queria revelar um pouco mais de si para mim. Hoje (07/01/2013), quando junto com mais três amigos me direcionava para o meu GOU Sopro de Deus, uma grande amiga minha do ministério partilhava comigo que nessa primeira semana do ano de 2013, havia descoberto que Deus é simples. Olha que incrível Ivna! Olha meus companheiros de GOU que incrível descoberta era partilhada a mim! Isso está o tempo inteiro bem claro no livro e eu ainda não tinha percebido que Deus é simples! E “somado a isso, Deus não faz em nós uma obra fragmentada. Ninguém é só profissional do Reino, mas é também filho, amigo, marido, mulher, pai e ‘mãe do Reino’”. Isso me faz lembrar que durante o ENUR-Brasília (eu estava lá, eu me converti ao MUR em Brasília!), Milena Mária falava que iria me acompanhar durante muito tempo, e foi assim. Hoje afirmo que se eu vivo, foi porque esses universitários cheios de parresia deixavam tudo, mais tudo mesmo para me socorrer. Eles, com minha família estiveram juntos de mim não só na alegria, mas também na doença, assim como a Ivna relata quando estava super mal no México. É, de fato Deus não faz em nós obras fragmentadas, e eu sou prova disso. Sou o artesanato sendo lapidado a cada momento por este ministério que visa construir um sonho de amor para o mundo.
          “Sonhar e crer em Deus, renovando nossas escolas, levar a todos a Palavra de Deus, unir a fé e a razão. Somos filhos de Deus, somos frutos do amor e da sabedoria divina”.

São Luís, 07/01/2013
Aline Xavier Bras

terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Então é Natal



O homem e a sua capacidade de transformar tudo o que lhe aparece à frente; o homem e o seu dom de fazer com que tudo passe por um grande momento de consumismo extremo; e, o homem e a sua capacidade de deturpar o belo, tornando este um simples momento preenchido de banalidades, alcoolismo e até mesmo momentos de pura hipocrisia. Meu consolo, saber que dentro deste arsenal de eventos, algumas poucas almas salvam este instante tão especial, vivendo verdadeiramente o Natal.
O natal, no qual as pessoas deveriam fazer de sua cidade Belém, de suas casas o estábulo e de seus corações a manjedoura; não passa de mais um dia dedicado a se fazer muitas coisas, menos, o que de fato deveria ser feito: lembrar-se do Menino Deus.
 Então, é assim o natal...
Não me coloco aqui como alguém exemplo a ser seguido nesta data especial, pelo contrário, tenho muito que aprender dentro das minhas próprias vivências e comportamentos, pois sei que muito deixo a desejar quando se trata de virtudes e comportamentos verdadeiramente cristãos. Mas, também reconheço que dentro de minhas limitações, tento com afinco viver o verdadeiro natal dentro de mim, lembrando que o Natal acontece primeiramente dentro de nós.
Escrevendo este breve texto, escuto a radiola do lado tocando o tipo de música que realmente, quem tem o mínimo de bom gosto, jamais se disporia a ouvir tamanha ofensa. Mas o que posso fazer além de expor meus pensamentos aqui nesta pauta?
A cada dia fico observando o rumo que a sociedade em geral vem tomando, torna-se claro que não apenas o natal, mas a própria Igreja Católica terá que ser cada pessoa, ou seja, a Igreja e ações do catolicismo deverão acontecer em nossos corações. Isso me faz lembrar o que Cristo dizia a Pedro: “Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja.” (Mateus 16, 18). A Igreja será nosso ser, nossa alma elevará a Deus, pois a Igreja que surge em nossos corações e que é praticado em nossos atos é a única Igreja que ninguém poderá derrubar. A Igreja será nossa alma, nós seremos Igreja dentro da Igreja. Quantos irão permanecer para comprovar o que digo serão bem poucos, ou, apenas os mais fortes e fiéis.
Mas, eu ainda acredito em mudanças, dentro de mim ainda resta uma esperança de que daqui a seis dias, uma mudança poderá acontecer, as pessoas podem mudar de conceito e adotar para si as práticas do cristianismo inicialmente pregado pelo próprio Emanuel. Utopia, talvez sim, mas “quem acredita sempre alcança” e “quem sempre esteve nunca pode partir” sem deixar uma mudança dentro do seu meio, do seu universo, da sua sociedade.
Então é Natal...
O Natal acontece dentro de mim!
São Luís, 25/ 12/ 2012
Aline Xavier Bras

sábado, 22 de dezembro de 2012

E mais um ano se vai...



Foi dito que o mundo se acabaria no dia 21 de dezembro, mas minha mente não concebia este pensamento, pois em um ano preenchido de resgate, superações e principalmente de fé, como poderia o mundo acabar sem eu ainda ter transmito tudo o que Deus me concedeu por meio do testemunho?
Creio fielmente de que nestes últimos dias de 2012, é necessário separar um momento para realizar uma retrospectiva de tudo o que se passou. Foi tido vitórias, que maravilhas; houve derrotas? Que maravilha, pois com elas você aprendeu que ser humano erra, mas, permanecer nos erros se dá pela falta de mudanças de hábitos. Você salvou vidas? Exagero? Jamais, pois se você viveu os princípios cristãos, você soube evangelizar pelos seus gestos, atos e postura, servindo de exemplos para muitos que querendo ou não puderam observar o novo em você, além da oportunidade de tomarem para si esta missão de se renovar espelhando-se naquilo que você foi, é e será.
Acredito que não existe ano ruim, o que existe é a falta de atitudes de muitos que buscam justificativas para a falta de sucesso pessoal, o que existe é uma acomodação de superar as próprias expectativas e tomar posse daquilo que foi dado, o que de fato existe é a imaturidade de tirar lições das dificuldades que estavam ali para que pudéssemos tomar posse e conduzir com sabedoria as mais diversas situações.
Digo que, com suas dificuldades e facilidades, com as alegrias e tristezas, com a vida e a morte, com os ganhos e perdas, este foi o melhor ano da minha vida, assim como 2011 e 2010. Afirmo isso, porque com suas diferenças, ainda respiro e tenho forças de continuar buscando as virtudes dadas por Deus; afirmo por que é preciso entender que não somos almas girando em torno do mundo, apenas vivendo os mesmos costumes como máquinas programadas para fazer uma única coisa. Somos seres de inteligência honrados com o dom de transformar tudo o que passa em nossas vidas e caminhos. Desta forma, saibamos fazer uma análise FOFA em nossas vidas para não repetir os erros passados e para viver vitórias futuras, pois mais um ano irá nascer, e junto a ele deve surgir um novo alguém disposto a ser uma grande pessoa dentro dos princípios cristãos.
Assim, afirmo que começando de agora, devemos desperta dentro de nós uma esperança de resgate da alma, de ousadia, de animo. É preciso afirmar que dentro de todas as perguntas que são lançadas sobre nós, diante de todas as tentações e desejos que nos ronda, devemos afirmar que nossa resposta é: SEREI SANTO!
Ser santo é uma decisão somente nossa, pois perpassa por nós o desejo de ser o oposto que o mundo nos últimos tempos tem almejado. Lembro que ser santo, é assumir a responsabilidade de viver conforme aquilo que a Igreja, na sua santidade anuncia. Não devemos ser os mesmo jovens e adultos de hoje, devemos ser algo mais. Devemos ser criaturas transformadas e transformadoras que não traem o evangelho que com sangue e alma foi pregado por Cristo. Precisamos imitar os grandes santos que renunciaram a si, para viver o desejo de suas almas. Foi fácil, concerteza não, mas afirmo bravamente que foi belo!
São Luís, 22/ 12/ 2012
Aline Xavier Bras

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

A Loucura da Cruz



É preciso dizer que em meio a tantas perseguições religiosas, a maioria das pessoas são loucas de amor por Cristo.
A alegria que a cruz causa em muitos cristãos é nada mais e nada menos que uma lembrança da qual precisa ser exercitada a cada dia do amor que tudo suporta. A cruz deixou de ser símbolo de tristeza, sofrimento e dor para torna-se em realidade que nos preenche de felicidade, que nos faz reconhecer que a dor é o passo quase que inicial para alegria da alma. A cruz da qual estamos atados é a cruz que nos liberta de nossas próprias limitações espirituais e humanas. Como dizia São Paulo, na esperança de assemelhar-se a Jesus: “eu vivo, mas já não sou eu quem vivo é Cristo que vive em mim.” (Gálatas 2, 19).
O mundo ver como loucura a devoção dos verdadeiros cristãos diante da cruz que séculos atrás representava condenação e sofrimento. Realmente parece ser loucura venerar uma cruz preenchida de sangue de um Deus que foi ferido, flagelado e exposto até a morte. Mas este pensamento limitado já não nos importa, pois apenas os loucos reconhecem dentro de nós a alegria inefável ao Amor que preferiu ser Crucificado por cada criatura humana.
Enquanto que no espaço de tempo, o mundo físico, moral e espiritual nos concedem felicidades passageiras e completamente limitadas a um breve espaço de tempo, a Cruz acaba por ir além, tornando-se “o alívio do desventurado, a esperança do moribundo. Na alegria ela enternece; na tristeza ela consola; até mesmo no cemitério, nas sombras da morte, a Cruz é um penhor de vida!”. Representa uma alegria gerada pela dor do arrependimento, pelo perdão dos pecados e principalmente pela conformidade em aceitar a vontade de Deus, uma vez que o nosso querer consiste em aceitar tudo aquilo que Deus nos coloca, de almejar profundamente que “a vontade de Deus seja o nosso paraíso”.
Desta forma, posso afirmar que não existe cristão verdadeiro sem uma cruz. Não existe porque todo cristão aceita carregar sua cruz constantemente a fim de aceitar a glória do céu. Conseguimos entender que é aceitando a cruz do sofrer, das dificuldades e escolher que abrimos a porta estreita que nos conduz ao céu. A cruz acaba por se tornar sinônimo de doação, de conciliação da fé e da razão, principalmente da imitação de um Cristo que entregou-se como oferta do mais puro e verdadeiro amor!
Assim, podemos ver que a loucura de aceitar a Cruz “é um verdadeiro remédio, porque nos despoja do velho homem, restaura as partes nobres da nossa natureza, que só se purifica e regenera pela crucificação, isto é, pelo aniquilamento de suas partes más”.
Encerrando, afirmo que se ainda falta felicidade para o homem moderno, é porque este não soube aceitar a felicidade extraída do seu próprio sofrer, ou seja, não soube aceitar A LOUCURA DA CRUZ.

 São Luís,04/12/2012
Aline Xavier Bras