terça-feira, 4 de dezembro de 2012

A Loucura da Cruz



É preciso dizer que em meio a tantas perseguições religiosas, a maioria das pessoas são loucas de amor por Cristo.
A alegria que a cruz causa em muitos cristãos é nada mais e nada menos que uma lembrança da qual precisa ser exercitada a cada dia do amor que tudo suporta. A cruz deixou de ser símbolo de tristeza, sofrimento e dor para torna-se em realidade que nos preenche de felicidade, que nos faz reconhecer que a dor é o passo quase que inicial para alegria da alma. A cruz da qual estamos atados é a cruz que nos liberta de nossas próprias limitações espirituais e humanas. Como dizia São Paulo, na esperança de assemelhar-se a Jesus: “eu vivo, mas já não sou eu quem vivo é Cristo que vive em mim.” (Gálatas 2, 19).
O mundo ver como loucura a devoção dos verdadeiros cristãos diante da cruz que séculos atrás representava condenação e sofrimento. Realmente parece ser loucura venerar uma cruz preenchida de sangue de um Deus que foi ferido, flagelado e exposto até a morte. Mas este pensamento limitado já não nos importa, pois apenas os loucos reconhecem dentro de nós a alegria inefável ao Amor que preferiu ser Crucificado por cada criatura humana.
Enquanto que no espaço de tempo, o mundo físico, moral e espiritual nos concedem felicidades passageiras e completamente limitadas a um breve espaço de tempo, a Cruz acaba por ir além, tornando-se “o alívio do desventurado, a esperança do moribundo. Na alegria ela enternece; na tristeza ela consola; até mesmo no cemitério, nas sombras da morte, a Cruz é um penhor de vida!”. Representa uma alegria gerada pela dor do arrependimento, pelo perdão dos pecados e principalmente pela conformidade em aceitar a vontade de Deus, uma vez que o nosso querer consiste em aceitar tudo aquilo que Deus nos coloca, de almejar profundamente que “a vontade de Deus seja o nosso paraíso”.
Desta forma, posso afirmar que não existe cristão verdadeiro sem uma cruz. Não existe porque todo cristão aceita carregar sua cruz constantemente a fim de aceitar a glória do céu. Conseguimos entender que é aceitando a cruz do sofrer, das dificuldades e escolher que abrimos a porta estreita que nos conduz ao céu. A cruz acaba por se tornar sinônimo de doação, de conciliação da fé e da razão, principalmente da imitação de um Cristo que entregou-se como oferta do mais puro e verdadeiro amor!
Assim, podemos ver que a loucura de aceitar a Cruz “é um verdadeiro remédio, porque nos despoja do velho homem, restaura as partes nobres da nossa natureza, que só se purifica e regenera pela crucificação, isto é, pelo aniquilamento de suas partes más”.
Encerrando, afirmo que se ainda falta felicidade para o homem moderno, é porque este não soube aceitar a felicidade extraída do seu próprio sofrer, ou seja, não soube aceitar A LOUCURA DA CRUZ.

 São Luís,04/12/2012
Aline Xavier Bras

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