segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Encontro-desencontro



Já cruzei tantas estradas em busca de Teu Caminho,

mas tuas pegadas se apagam de minha pobre razão;


Já esquadrinhei tantas pessoas em busca de Tua Face,
mas todos me devolvem rostos frios e indiferentes;


Já li tantas páginas à procura de Tua Palavra,
mas quase sempre topo com a tagarelice de palavras vazias;


Já dediquei tantos momentos a decifrar Teu Silêncio,
mas tropeço com um mutismo árido e impenetrável;


Já me dispus a abrir o coração à Tua Visita,
mas nele só descubro sentimentos turvos e desconhecidos;


Já bati tantas vezes à porta de Tua Casa,
mas só ouço o eco de meus próprios gemidos;


Já me torci e retorci nas sendas de Tua Verdade,
mas a cada esquina deparo com novas interrogações;


Já me atirei com sofreguidão à água viva de Tua Fonte,
mas a sede volta a ressecar meus lábios e minha alma;


Já tentei identificar o significado de Tua Vida,
mas o cotidiano consome minhas parcas energias;


Já tentei me colocar em órbita ao redor de Tua Luz,
mas as trevas dominam grande parte de meus dias;


Já tentei orientar meus passos com o brilho de Teu Olhar,
mas tenho de aprender a caminhar no escuro;


Já empreendi várias tentativas de desvendar Tua Vontade,
só me resta colocar-me confiante em Tuas Mãos.



Pe. Alfredo J. Gonçalves, CS
São Paulo, 10 de abril de 2010

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