segunda-feira, 20 de maio de 2013

Deus te deu a mim

Em dados momentos de nossas vidas, Deus chega até nós para manifestar o seu pensar em forma de poesia sobre aqueles que se deixam ser usados como instrumentos. Pensamentos poéticos que surgem dentro de nós como uma espécie de oração que cala fundo os nossos corações. Paramos e refletimos, chegando à conclusão de que essas são palavras que serão lembradas por toda uma vida. Eis aqui um dos belíssimos pensamentos que Deus suscita nos corações de alguns jovens que são canais da graça!


" 'Talvez Deus deseje te dar esta pessoa...' Mas como assim, dar uma pessoa? Soa tão estranho, não parece que torna o outro uma coisa? (...) João Paulo II nos ensinou com a vida que amizade é olhar o outro como um dom, um presente criado por Deus. E presente a gente dá, 'doa' a alguém, não retém para si." (Treco do livro: Quero um amor maior - Adriano Gonçalves)

E só Deus em sua tamanha generosidade poderia nos dar tão grande presente. Mesmo sabendo que você, ela, ele, eu somos a coisa mais amada e valiosa para Ele, ainda assim, não nos reteve somente para si. Muito pelo contrário. Te deu à mim, me deu à você. E tá pensando que esse 'não reter' para só aí? Acredito que vai muito além.. Muito mais além.
Quer saber o que é esse 'ir mais além' ? 
Pare e apenas olhe para esse presente que Deus te deu e vai lembrando de tudo o que já se passou até chegar nesse exato momento... Pensou?
Sofreram? Riram? Choraram? Se sacrificaram? Mudaram? E em algum devido momento desistiram de caminhar juntos por acharem que não dava mais ou até mesmo por estarem inseguros?
Devido a tudo isso creio que o sentimento seja de verdade. Sabe por que? Porque pra ser amor de verdade algumas vezes tem que doer e até fazer chorar um pouquinho. Não pense você que o amor são só sorrisos e caminhos sem espinhos, porque não são.

Ah, lembra do ir mais além que havia falado antes? Então, é isso! Crescer. Se tornar gigante para o outro e para nós. E mesmo com todas as nossas limitações ser mais gente.

E sabe o que é mais maravilhoso nisso tudo? 
Saber que tudo com Deus é um continuação. Uma coisa vai ligando a outra. Deve ser por isso que todo dia acordamos com mais vontade por essa busca pela eternidade, porque ela se faz em todo amanhecer e se renova em todo entardecer.

"Deus te deu a mim" e esse é um dos grandes propósitos de Deus para a nossa vida: conservar o amor que Ele nos deu e esse amor é você, sou eu... Somos nós!

Rio de Janeiro, 20/05/2013
Hayanne Cristhian

domingo, 5 de maio de 2013

Igreja e ciência: trilhando o caminho do conhecimento II


Ao longo dos dias temos feito abordagens revelando a verdade por trás de todo o progresso científico do contexto histórico que foi vivido séculos atrás até os dias de hoje. Levantamos assuntos relacionados à Idade das Trevas que também é a Idade da luz e, o quanto os monges exerceram fundamental importância para o desenvolvimento das tecnologias. Ainda sim, muitas coisas precisam ser estudadas e reveladas à sociedade que por falta de conhecimento, tende a julgar a Igreja por algo que ela não fez, não nas proporções divulgadas pela mídia.
A partir de algumas leituras e até mesmo com base em algumas reportagens, percebemos que historiadores têm notado a importância da Igreja no desenvolvimento da ciência, mas, apesar dos números de trabalhos escritos, a sociedade dominante ainda tende a limitar o acesso a essas fontes. Desta forma, é necessário que desmitifiquemos algumas teorias incertas divulgadas mundo a fora. Mas que teorias são essas?
Assim como em textos anteriores afirmamos que a Idade das Trevas foi um período não de decadência, mas de progresso científico e cultural; a Revolução Industrial não reduziu a qualidade de vida, pelo contrário, houve nessa época um crescimento do padrão elevado da média de vida[1]. Citamos também o caso de Galileu, onde a Igreja, de acordo com as suas teorias, o apoiava, mas por falta de comprovações científicas, pedia que este, ao ensinar, expusesse a teoria como hipótese, não como uma verdade absoluta. Assim como este três exemplos, há diversas realidades no qual a Igreja está envolvida diretamente para o bem estar da sociedade, mas infelizmente, a sua ação ainda é algo que o sistema político faz questão de ocultar por meio da deturpação de suas ações.
É interessante que aqui, revelemos que a tradição da Igreja, independente do período (antiguidade, pré-história, Idade Média...) visa apenas conceber Deus “como realidade racional e ordenada” [2], sendo que Deus impôs uma ordem às obras de sua sabedoria no ato da criação. 
Falando em criação, Pe. Jaki atenta para ordem na qual Deus realiza a sua obra. Com base no livro de Sabedoria 11, 20 que afirma que “Deus dispôs de todas as coisas com medida, quantidade e peso”; Jaki interpreta que Deus “não apenas deu suporte aos cristãos que defenderam a racionalidade do universo nos fins da Antiguidade, como também incentivou os cristão que viveram um milênio mais tarde, no começo da ciência moderna, ao investir em pesquisas quantitativas como caminho para entender o universo”. É interessante percebemos que ao longo da história, quem deu corpo e iniciou o progresso da ciência e do pensamento científico foram os católicos, e isso ocorre porque o ambiente católico estava preenchido de bases que reforçava essa iniciativa, ou seja, havia um conhecimento para que o progresso tivesse sua gênese dentro deste ambiente religioso.
Desta forma, a Igreja e as pessoas que estudam as suas ações conduzem um passo de fé e razão, logo, não foi por acaso que o Catolicismo implantou aos poucos o sistema universitário: uma vez que acreditamos que “a natureza opera de acordo com os padrões fixos e inteligíveis”, reconhecemos que a ação de Deus não se dá de forma arbitrária. Acreditamos e reconhecemos o milagre como algo real e sobrenatural, “mas a própria idéia de milagre já sugere que se trata de algo incomum” dentro de um plano natural e realista.
Fundamentados nessa teoria, podemos afirmar também que a ciência deve partir de uma teoria, de uma filosofia e principalmente da fé. Somente assim a ciência, quando especulada, ganha um norteamento com base sólida e um método para sua concretização, sendo que hoje “a fé metafísica é quem sustenta a fé na ciência”.
Apesar de todos os estudos, torna-se -à medida que obtemos informações sobre a ordem natural das coisas e do universo- evidente que a ciência é algo que provém de uma ordem Divina.
Dentro de todo este contexto de buscar o conhecimento por meio da fé e estando ciente de que é por meio da fé que passamos a conhecer, utilizo o pensamento de Adelardo Bath para encerrar esta breve reflexão: “é pela razão que somos homens, assim, se virássemos as costas para a surpreendente beleza racional do universo em que vivemos, mereceríamos sem dúvida ser expulsos dele, como um hóspede que se comporta mal na casa em que foi recebido. Não pretendo tirar nada de Deus, porque tudo o que existe provém dEle...”
Logo, tudo pertence a Deus e o que está nesta terra também pertence a nós, pois tudo Ele nos, mas, uma vez que o homem tenta ser Deus e excluí-Lo de tudo o que existe, tornamo-nos filhos desobedientes que tenta usurpar a criação de alguém. Só podemos explicar as coisas quando enxergamos a realidade do universo com os olhos da fé, ou seja, é necessário explicar todas as coisas por meio de Deus, do contrário, tenderemos ao fracasso do conhecimento.
São Luís, 05/05/2013
Aline Xavier Bras


[1] Historiado Pierre Duhen
[2] Pe. Stanley Jaki é historiador e doutor em teologia.

sábado, 4 de maio de 2013

Igreja e ciência: trilhando o caminho do conhecimento I


São muitas as acusações que se levantam contra a Igreja nos dias de hoje. Uma delas é de que esta instituição religiosa é a maior inimiga da ciência. Como assim, não foi a Igreja quem deu o pontapé inicial para o progresso das tecnologias? Não foi a Igreja quem criou o berço do conhecimento científico denominado Universidade? Então, como pode a sociedade levantar suposições de que a Igreja, a maior motivadora do conhecimento, é inimiga da ciência?!
É preciso entender que a história passa por algumas deturpações e que nem tudo o que está escrito, deve ser tomado como verdade absoluta. Seguindo essa linha de pensamento, faz-se necessário levantar diversas fontes para encontrar um ponto em comum, a fim de chegar o mais perto possível da verdade que narra a nossa história.
Uma dessas verdades é que a Igreja não pode apenas ser vista como inimiga, mas também como uma aliada. As pessoas que constituem a Igreja concerteza cometeram alguns erros, mas foram muitos os seus acertos. Por esta razão, é necessário entender o contexto à nossa volta.
Estudos têm sido feitos, e muitas coisas estão sendo desmitificada. Uma delas consiste no caso das teorias de Galileu, onde a Igreja é acusada de obstruir o progresso científico. Segundo outro ponto de vista, a Igreja não só reconheceu a teoria de Galileu, como também motivou o avanço da pesquisa científica.
Galileu abalou o sistema ptolamaico ao descobrir montanhas na lua e suas quatro fases, a esfericidade dos corpos celestes... Os eclesiásticos festejaram tais descobertas e, em meados de 1960, “Pe. Cristovão comunicava por carta a Galileu que os seus amigos astrônomos jesuítas haviam confirmado as suas descobertas...”, em Roma, Galileu foi saudado tanto por religiosos quanto por leigos. Após suas descobertas e com o apoio de religiosos católicos, Galileu ficou tão eufórico que se sentiu à vontade em escrever e publicar o livro História e demonstrações em torno das manchas solares e dos seus acidentes. Dentro deste contexto de descoberta e aceitação, é preciso compreender que a “Igreja não fazia objeção ao uso do sistema copernicano”, pois apesar de não ser comprovada cientificamente, a teoria em pauta explicava os fenômenos celestes.  Galileu, apesar da não comprovação científica, se recusava a ensinar a teoria como hipótese (a Igreja queria que Galileu ensinasse a teoria como hipótese até que surjam evidências), chegando a afirmar que a Sagrada Escritura deveria ser reinterpretada, gerando um clima ruim junto aos teólogos. Logo, os conflitos existentes entre a Igreja e Galileu, surge não por culpa da Igreja, uma vez que ela comprovou sua teoria e aguardava apenas por provas, evidências científicas. Logo, “parte da culpa dos acontecimentos subseqüentes deve ser atribuída ao próprio Galileu, que recusou qualquer ressalva e, sem provas suficientes, fez derivar o debate para o terreno próprio dos teólogos.” (Langford)
Percebe-se aqui que querer reinterpretar as Sagradas Escrituras é algo que perdura de muito tempo, mas precisamos entender e acreditar que essa Escritura é verdadeira, e cabe a cada um de nós acreditarmos que esta verdade é inviolável.
 De acordo com o historiador Thoomas E. Woods, Galileu durante muito tempo ensinava publicamente a teoria copernicana como uma verdade única e universal, mesmo a Igreja tendo pedido que ele ensinasse como uma hipótese. Mesmo não aceitando o pedido da Igreja, é importante reforçarmos que em nenhum momento o copernicanismo foi considerado algo herético, apenas não tinha comprovações científicas.
Em 1632, contrariando o pedido da Igreja de tratar o copernicanismo como hipótese, Galileu publica o Diálogo sobre os dois grandes sistemas do mundo, obra que o torna suspeito de heresia e mancha a reputação da Igreja. Não se deixando abater, “cientistas católicos continuaram a fazer suas pesquisas, cuidando apenas de tratar como hipótese o movimento da terra, previsto no decreto da Santa Sé de 1616.”
De qualquer modo, podemos perceber que a Igreja busca um diálogo com os cientistas. Galileu, tendo todo o apoio dos líderes religiosos e jesuítas, na soube conter suas próprias expectativas. A Igreja, que reconhecia a teoria copernicana e admirava as descobertas de Galileu só pedia paciência, uma vez que afirmar algo requer comprovações.  Desta forma, a divulgação exagerada da mídia construiu uma imagem de uma Igreja “hostil à ciência”, quando na verdade, ela era a maior motivadora!

São Luís, 20/04/2013
Aline Xavier Bras

quinta-feira, 2 de maio de 2013

Adversus Haereses

                  Atualmente vivemos em um mundo conturbado de teorias e mais teorias que visam não a elevação de nossas almas, mas a degradação daquilo que acreditamos e cuja toda a realidade nos leva a uma única certeza: a existência de Deus. 
                Já não podemos nos calar diante de tantas inverdades lançadas sobre as pessoas, já nãopodemos permitir que o berço do ensino, o fruto da Igreja Católica, seja o local onde as falsas doutrinas se inserem de forma rápida e descompassada. É com este pensamento que apresento aos blogueiros Rosarium, este belíssimo desabafo de uma alma que a cada dia visa adora m espírito e em verdade.

               
               A presente reflexão nasceu subitamente, a partir de um despautério ouvido em uma sala de universidade, numa aula de literatura. Senti-me impelido a escrever estas linhas como um reflexo instantâneo a algo que tem sido ordinário na cultura contemporânea. Em determinado momento da aula, em seus minutos iniciais (ou seja, o raciocínio não estava ainda capaz de filtrar informações trôpegas oriundas de mentalidades revolucionárias), ouviu-se dizer que Jean-Paul Sartre, ateu convicto, cria numa ideologização de Deus interiorizada ao ser humano. Bem, até aí, ainda que isso talvez não seja intrinsecamente verdade em toda a sua amplitude, vá lá. Porém, em seguida, uma frase ainda mais temerária (para não dizer capciosa) dita com a placidez de uma folha de outono caindo da árvore: “Mesmo porque, gente, talvez Deus seja isso mesmo: uma ideologia interior do homem, uma força humana muito profunda”.
             Certamente não vou me dispor a exigir aqui que todos os seres humanos presentes nas universidades sejam cristãos católicos devotos e santos. Não sou idiota a ponto de crer que isso seja algo além de utopia. Tenho plena consciência também de que as instituições educacionais, sendo particulares ou do governo, não têm como caráter principal o dever de pregar ou estimular a ortodoxia da fé cristã ou de qualquer outra religião, salvo aquelas instituições que sejam declaradamente confessionais. O que de fato me preocupa, surpreende e, poderia até dizer revolta, é a sistemática adoção de uma postura que esteja, pouco a pouco, varrendo para o lixo da psique humana, toda e qualquer relação com o sagrado quando esse sagrado provenha de outro ente, outro ser totalmente diverso da natureza humana. Dito de outro modo: pouco a pouco (ou nem tão pouco a pouco assim, ao que se vê), a relação do homem com qualquer coisa que o eleve espiritualmente está sendo docemente retirada dos conceitos humanos.
            Está certo que nem todos devem crer igual, ainda que eu tenha plena consciência e certeza de fé que existe somente UMA VERDADE, e é esta: JESUS CRISTO, Homem-Deus, enviado a nós pelo Pai para redimir a humanidade. Que outros não creiam nisso, uma pena, mas é justamente essa realidade que enseja que eu viva o testemunho de minha fé. O fato a que aqui me refiro é que a figura dessa fé num Deus providente, misericordioso, amoroso, está sendo desconstruída como alguém que todos os dias usa um sabonete e este vai desaparecendo. Ou por outro lado, se é difícil demais crer que a imagem de Deus em nossa sociedade esteja sendo desconstruída, pode-se perceber que há outra imagem de Deus sendo plasmada nas mentes e corações dos homens de hoje. Como um animal que é caçado, empalhado e posto como enfeite no escritório de um magnata, o que temos na era moderna é uma sociedade que não suporta mais o fato de que necessita de rédeas para chegar ao seu pleno desenvolvimento, e por isso cria para si totens, deuses de neon, simulacros de divindade e, pior ainda, um ser humano que usurpa uma condição pretensamente superior. A partir de tal realidade, podemos entrever nuances ideológicos perigosos traçar paralelos históricos aterrorizantes. Marx, através de suas teorias políticas, propalava a evolução do homem ao SUPER HOMEM, o supra humano; Hitler, desnecessário dizer, demonizou judeus, negros, homossexuais em nome de uma supremacia ariana pura; para falarmos no âmbito religioso, Leonardo Boff, com sua herética (apóstata, na verdade) teologia da libertação, chega a declarar que “Jesus Cristo era, enquanto homem, tão profundamente humano que só poderia, de fato, ser Deus”. Sim, soa bonito e sedutor, tanto quanto uma dose de veneno servida em uma taça de cristal.
            A tudo isso se poderia, com propriedade, chamar de secularização da sociedade, se a atitude não fosse ainda pior do que tão somente secularizar o homem. O fenômeno que ocorre em nosso tempo é claramente uma investida selvagem para que algo, seja lá o que for, se interponha entre Deus e o ser humano, de modo que este já não possa sequer ter a mais vaga lembrança de que um dia creu em uma Vontade alheia à sua, inteligente, superior, criadora e perfeitíssima. Este algo que se atravesse entre o ser humano e Deus, pode tomar diversas cores e formas na era atual, mas, de modo mais perigoso e traiçoeiro, o próprio homem, de modo que ele  se torne o deus de si mesmo. Sob esse véu, aparentemente humanista e promotor da dignidade do homem, escondido como sempre, desde os imemoriais tempos da criação, uma força opositora a Deus, revoltada, tomada de ira se mostra e se desenha como uma sombra na parede. Artigo de fé na religião cristã, ainda que hoje sua existência seja tão contestada e posta em xeque, o príncipe deste mundo dita as regras com que a sociedade contemporânea faz girar a máquina do mundo.
            O Santo Padre Paulo VI, em ocasião de uma de suas audiências públicas, proclamou: “(...) o mal não é somente uma deficiência, mas uma eficiência, um ser vivo,  espiritual, pervertido e pervertedor. Uma terrível realidade. Misteriosa e pavorosa. (...)”[1]. Por sua vez, o Beato João Paulo II alertou-nos também acerca desta realidade e, de modo profético, disse em uma de suas catequeses que um dos maiores enganos de Satanás na era moderna é fazer com que já não se acredite mais em sua existência. Não nos faltam, portanto, alertas acerca das artimanhas do inimigo para se infiltrar novamente no seio da criação e levar a natureza humana a dar as costas para Deus. Grassa em nosso tempo a inegável impressão de que, cada vez mais, o homem vê a Deus não como um pai amoroso e misericordioso, mas como um inimigo, um velhaco a quem se deve temer, odiar, ter repulsa. Ora, não há aqui outra coisa senão a mesma sedução enganadora com que Satanás levou à queda nossos primeiros pais.
            É preciso estarmos atentos a esses ardis, a essas sutilezas que a mentalidade moderna tem derramado lautamente em nossos jovens, em nossa mídia, em nossa sociedade de um modo geral. Em nome de uma educação revolucionária, o que se pretende não é outra coisa senão fazer com que o homem chegue à falsa ideia de que a realidade espiritual não passa de mito, crendice, pequenez de raciocínio no pobre intelecto de almas ignorantes, que se deixam levar por medievalismos. O estratagema para isso? Justamente a realidade da qual eu falava no princípio desta reflexão: pílulas de revolta ditadas por professores universitários, frente aos quais, não raramente, a mente de jovens e de tantas outras pessoas se rende facilmente, seduzida por uma retórica bem trabalhada. Chegar, portanto, à plena e categórica negação de Deus, não será difícil, uma vez que, gradativamente, a mente e o coração do jovem vai sendo alimentado com tal veneno.
            É tempo de despertar para tal realidade. É preciso que peçamos ao Senhor a têmpera dos mártires, e um profundo discernimento acerca daquilo que nos cerca. “Mas, ó terra e mar, cuidado! Porque o demônio desceu para vós, cheio de grande ira, sabendo que pouco tempo lhe resta” (Ap 12, 12b). É o tempo da grande tribulação, onde os tribunais a que seremos levados estarão ocultos sob a farsa de salas universitárias onde se proponha um conteúdo em que o homem seja seu próprio deus, levando-o à desgraça de perder-se eternamente.
            Fiquemos atentos à Verdade, pequeno rebanho.
Sub tuum praesidium confugimus,
Sancta Dei Genitrix.
Nostras deprecationes ne despicias
In necessitatibus nostris.

Roberto Amorim.
24 de abril de 2013.




[1] Audiência pública de 15 de novembro de 1972. Vaticano. 

quinta-feira, 11 de abril de 2013

Universidade: um fruto da Igreja


Ao longo do nosso Ensino Médio aprendemos que a Idade Média foi um período de trevas, com perdas culturais e de todo e qualquer conhecimento, ou seja, decadência. Mas hoje em dia, são muitos os estudos que desmitifica essa falsa teoria. A Idade Média foi nada mais e nada menos do que o período de desenvolvimento intelectual para o mundo ocidental, período onde se desenvolve por intermédio da Igreja o sistema universitário. Muitos não admitem, mais na época, a Igreja era “a única instituição na Europa que manifestava um interesse consistente pela preservação e cultivo do saber”, afirma o historiador Lowrie Daly.
Tendo seus primórdios nas “escolas das catedrais e nas posteriores reuniões informais de professores e alunos”, as universidades ganham corpo e forma na segunda metade do século XII com o Papado desempenhando “um papel capital na fundação e incentivo” das mesmas. Nesta época, cabia ao Papa ou imperador emitir o diploma sendo que em 1254, Papa Inocêncio IV abre uma exceção à Universidade de Oxford o que contribuiu para a disseminação do conhecimento e comunidade acadêmica.
Este período de desenvolvimento do sistema universitário foi marcado também por conflitos sociais. Esses conflitos eram basicamente entre universidades (estudantes) e o povo. O que acontecia? Que conflitos eram esses? Pois bem, a chegada de estudantes universitários em uma cidade levantava dois pontos: um positivo e outro negativo. O ponto positivo consiste na movimentação do comércio, uma vez que estudantes chegavam com dinheiro, eles movimentavam a economia ao consumir produtos dos comerciantes locais. Os pontos negativos consistem na irresponsabilidade e indisciplinas de alguns estudantes, havia também certa inconformidade dos estudantes com relação aos preços de aluguéis, alimentação e material de estudos, eles achavam os valores abusivos por conta da dureza da sociedade.
Com os estudantes se sentindo ameaçados, a Igreja interveio nessa situação defendendo-os. Essa proteção foi denominada benefício do clero que consistia em protegê-los de qualquer maltrato e em caso de julgamento, eles tinham direito de serem julgados pelo tribunal eclesiástico e não pelo tribunal civil. No ano de 1231, o papa Gregório IX lançou a bula Parens Scientiarum, concedendo às universidades de Paris o “direito à autonomia de governo, com o qual podia elaborar as suas próprias regras a respeito dos cursos e pesquisas”. Por meio deste documento a universidade entra na história “como uma corporação intelectual plenamente formada, destinada ao preparo e aperfeiçoamento acadêmicos”.
Progresso... Para a Idade das Trevas, esse período trouxe para a sociedade em geral bastante luz, luz essa que se estende e como um espelho, reflete a imagem do que foi e do que é até os dias atuais. E dentro dessas luzes, não poderíamos deixar de falar da Idade Escolástica.
A escolástica teve seus primeiros indícios de desenvolvimento no momento em que professores motivavam os alunos a desenvolver a falácia lógica. Eles saiam em busca de estudantes que formulassem argumentos logicamente sólidos.  A escolástica se caracterizava pelo “uso da razão como ferramenta” principal dos estudos teológicos e filosóficos e para a dialética. Alguns dos primeiros escolásticos da história foram: Santo Anselmo de Cantuária, Pedro Abelardo e São Tomás de Aquino. A escolástica se desenvolvendo, diversas teorias fundamentadas na razão ganhava corpo e contribuía diretamente para o conhecimento aprofundado de correntes teológicas e filosóficas.
Períodos de riquezas materiais e imateriais; é assim que a Idade Média precisa ser vista. A Igreja, antes de ser condenada de matar e torturar inocentes deveria e deve ser lembrada pelo legado que hoje nos concede. Graças à força de vontade da Igreja Católica, “a única instituição na Europa que manifestava um interesse consistente pela preservação e cultivo do saber”, desposamos de materiais essenciais para o aprofundamento científico e mais do que isso, contamos com o berço desse conhecimento: a Universidade.
Precisamos aprender muito sobre tudo o que rege a história. A Igreja que é santa e una abriu as portas para a reconstrução do mundo ocidental. Servindo de exemplo e mostrando as mais diversas possibilidades de crescimento científico e tecnológico, a Igreja fez questão de não aprisionar para si tudo aquilo que era descoberto, pelo contrário, ela queria apresentar ao mundo as possibilidades de levantar-se em meio à destruição. Prova disso é de fato a universidade. Fonte de conhecimento universal, contato não apenas com um pequeno espaço, mas com todo o espaço, com todas as culturas e formas de pensar.

São Luís, 10/04/2013
Aline Xavier Bras

sábado, 6 de abril de 2013

A moda do vestir-se



Assim como as drogas, as violências, as corrupções... a moda também tem se tornado um grande problema para a sociedade. Exagero? Infelizmente não, uma triste realidade que precisa ser refletida.
A cada dia que passa, fico espantada com o vestir de muitas moças e senhoras que andam por aí. Pior do que vestir-se, é a ignorância sobre o malefício que este gera dentro de uma sociedade; e o descaso ao próprio corpo é surpreendente. Tão contrário à modéstia de tempos atrás, a moda tem disseminado uma forma de vestir que diminuí a mulher simplesmente a uma coisa qualquer. Como assim? Já repararam como os homens olham e comentam ao ver uma mulher praticamente seminua? Pois é, não são olhares de respeito e admiração, mas um olhar de quem diz: “essa ta no ponto” ou “essa não vale nada, qualquer um pode passar a mão”. Exagero, também não. O mal vestir é um convite para que homens e até mesmo outras mulheres façam comentários de mau gosto. Mas acima disso, gostaria de ressaltar outro fato mais entristecedor: algumas mulheres que freqüentam a Igreja parecem esquecer o quanto o seu corpo é sagrado. Usei o termo “mulheres que freqüentam a Igreja” propositadamente, pois acredito que uma verdadeira religiosa não colocaria os pés em solo sagrado de qualquer forma.
Tempos atrás, ainda acreditava-se que as pessoas teriam cautela ao vestir-se para entrar na Igreja. Infelizmente, nem mesmos os lugares sagrados foram respeitados. Homens e mulheres parecem querer fazer da igreja um local de disputa de quem está “bem mais vestida”, quer dizer, menos vestida; e nesse disputar acabam chamando todas as atenções para si, ignorando o aspecto moral de si mesmo. Infelizmente, no mundo de hoje, a maioria das pessoas não compreendem que vestir-se decentemente é uma contribuição da sociedade para uma bem intencionada civilidade. Mas alguns outros aspectos podem ser usados para esclarecer o porquê devemos nos vestir bem.
 Em um livro denominado Seletas de textos sobre a modéstia, em uma Alocução do Papa Pio XII ao Congresso da “União Latina de Alta Costura, expõe três pontos que justificam a razão para o vesti. Conforme o texto são os seguintes pontos: higiene, decência e adorno.
A higiene é referente ao clima, “sua variação e outro fatores externo como possível causa de desconforto ou enfermidade” que em casos de saúde, deve ser respeitado. A decência inclui uma “consideração apropriada para a sensibilidade como defesa da honestidade moral e um escudo contra a sensualidade desordenada”; a decência no vestir é uma forma do homem preservar e defender os seus bens (corpo) de desejos indiscriminados, ou seja, uma das formas de proteger tais bens está sobre o vestir-se de forma adequada. Por fim, o adorno, que consiste no embelezamento da pessoa, é uma tendência natural de modo especial, das mulheres. O adorno deve ser utilizado com o objetivo de melhorar a beleza moral, distraindo “a atenção dos sentidos e concentrando a reflexão do espírito”.
O vestir-se, além de ser algo saudável, é também uma forma de comunicar ou externar aquilo que temos dentro de nós. “O vestir tem sua própria linguagem multiforme e eficaz”, capaz de expressar alegrias e tristezas, autoridade e poder, sagrado e até mesmo o profano. O vestir, também pode ser algo manipulado, capaz de gerar uma falsa imagem.
Inicialmente comecei esta reflexão ressaltando aspectos reais do mau uso das vestimentas nos dias atuais e de fato, existe um péssimo uso deste instrumento que poderia ser uma bela arte. Justamente, a moda do vestir-se é uma arte que “se dedica expressamente a melhorar a beleza física”, mas cujo problema consiste “numa reconciliação harmoniosa da ornamentação exterior da pessoa com o interior de ‘um espírito suave e pacífico’.
Desta forma, encerro este pensamento afirmando que no vestir-se, a pessoa deve ter em mente uma valorização de si, entender que antes de qualquer coisa, o corpo precisa ser preservado, não somente por ser obra e templo de Deus (é o essencial), mas para que aos olhos dos homens (que muitas vezes não entendem o sagrado) mostre respeito próprio, ou seja, eu me respeito primeiro para que o outro possa me respeitar.

São Luís, 05/04/2013
Aline Xavier Bras

quinta-feira, 4 de abril de 2013

Os monges também são heróis


Eis que aqui conheceremos os mais novos heróis da história da humanidade. Sim, homens que primeiro buscaram o reino dos céus por meio de intensos exercícios de virtudes para que com a maior ferramenta do mundo, salvassem a civilização ocidental.
Os monges, inicialmente eram conhecidos como religiosos que se isolavam da sociedade. No século III, os monges saíam para os desertos como forma de renunciar tudo o que era mundano e lá permaneciam em constante oração. Tempos depois, reconhecendo que este isolamento era prejudicial a vida, foi reconhecido que estes, assim como todos os homens precisam viver em comunidade, desta forma, monges passam a viver de forma comum, ou seja, eles se mudam param os mosteiros. Após a eleição de um monge para o papado (Celestino V), o monaquismo passa a ganhar espaço na história do ocidente.
Santa Atanásio com suas viagens e João Cassiano com seus escritos começam a exercer algumas influências no mundo ocidental, mas São Bento foi aquele que mais contribuiu para o ocidente fundando pequenas comunidades de monges nas proximidades de Roma. A forma como colocava em ordem o grande mosteiro facilitou a difusão de suas regras pela Europa, essa regra foi conhecida como Regra de São Bento. Mas porque tais mosteiros ganharam espaços tão facilmente? Bem, os mosteiros beneditinos ofereciam aos monges alimentação e descanso adequado, sendo que no período penitencial o regime se tornava mais austero; já os mosteiros irlandeses se caracterizavam pela rigorosidade e severas privações. Desta forma, os monges quando se retiravam para viver em um mosteiro beneditino, se comprometia em “cultivar uma vida espiritual mais disciplinada e dedicada a trabalhar pela sua salvação”.
Mas ao longo do tempo, os monges enfrentaram algumas batalhas. O historiador Thoomas E. Woods afirma que o Monte Cassino, a casa mãe dos beneditinos foi “saqueada pelos bárbaros lombardos em 539, destruídos pelos sarracenos em 884, arrasados por um terremoto em 1349, pilhada pelas tropas francesas em 1779 e arrasada por bombas durante a Segunda Guerra Mundial em 1944”, mas sempre os monges tornavam a reconstruir sua casa.
É preciso então dizer que além de se reestruturar a cada ataque, os monges não exerciam mudanças apenas nas igrejas ocidentais, pelo contrário, a sociedade monástica passou a reconhecê-los por sua humildade e regime espiritual.
Segundo relatos históricos, umas das maiores influências beneditinas para a sociedade foi a agricultura. No século XX, o presidente da Massachussetts Agricultural College afirma que eles “salvaram a agricultura quando ninguém mais poderia fazê-lo”, pois eles “praticaram-na no contexto de uma nova forma de vida e de novas condições”.  Os monges ao longo de sua existência “introduziam plantações, indústrias e métodos de produção desconhecidos do povo”; criavam gado e cavalos, além de abelhas. Eles também “represavam as águas das nascentes a fim de distribuí-las em tempos de secas. Além de serem responsáveis pelo progresso da agricultura, pela descoberta do processo de irrigação, aos monges também cabe o título de pioneiros na produção do vinho e também do champanhe, além de terem sido eles os principais colaboradores para os sistemas tecnológicos, exemplo, sistema hidráulico. Outra curiosidade: primeiro relógio que se tem notícia foi fabricado por Papa Silvestre, mas uma colaboração dos nossos monges!
Os monges também tiveram uma grande oportunidade de fazer a Europa passar por um grande progresso industrial, mas que foi barrado devido a ganância de Henrique VIII. McDonnell “acha que os monges estiveram perto de construir fornos para uma produção de ferro fundido em larga escala”, pois alguns mosteiros apresentavam fornos com grande potencial de fundição. Mas dentro dessas condições, “ao suprimir os mosteiros da Inglaterra, Henrique VIII quebrou esse potencial”. Se não fosse o interesse de se apossar dos bens da Igreja, a Europa teria passado por uma grande revolução industrial mais cedo do que se esperava.
Esses monges realmente são heróis que venceram muitas batalhas. São servos de atitudes, que utilizaram de forma corretíssima suas competências e habilidades em prol do bem da sociedade. Não se conformaram apenas com progressos tecnológico, mas com a partilha de conhecimento, ou seja, os mosteiros eram também centro de ensino. Os monges, ao longo de suas missões, fundaram escolas e se tornaram professores, essas foram algumas ações que deram bases para que futuramente surgissem as universidades com pensamentos políticos e religiosos.
Desta forma, afirmo que os monges de fato são grandes heróis não reconhecidos pela história. Graças a eles, teve início o progresso de ordem científico-tecnológico e que repercute nos dias de hoje!

São Luís, 04/04/2013
Aline Xavier Bras