quinta-feira, 4 de abril de 2013

Os monges também são heróis


Eis que aqui conheceremos os mais novos heróis da história da humanidade. Sim, homens que primeiro buscaram o reino dos céus por meio de intensos exercícios de virtudes para que com a maior ferramenta do mundo, salvassem a civilização ocidental.
Os monges, inicialmente eram conhecidos como religiosos que se isolavam da sociedade. No século III, os monges saíam para os desertos como forma de renunciar tudo o que era mundano e lá permaneciam em constante oração. Tempos depois, reconhecendo que este isolamento era prejudicial a vida, foi reconhecido que estes, assim como todos os homens precisam viver em comunidade, desta forma, monges passam a viver de forma comum, ou seja, eles se mudam param os mosteiros. Após a eleição de um monge para o papado (Celestino V), o monaquismo passa a ganhar espaço na história do ocidente.
Santa Atanásio com suas viagens e João Cassiano com seus escritos começam a exercer algumas influências no mundo ocidental, mas São Bento foi aquele que mais contribuiu para o ocidente fundando pequenas comunidades de monges nas proximidades de Roma. A forma como colocava em ordem o grande mosteiro facilitou a difusão de suas regras pela Europa, essa regra foi conhecida como Regra de São Bento. Mas porque tais mosteiros ganharam espaços tão facilmente? Bem, os mosteiros beneditinos ofereciam aos monges alimentação e descanso adequado, sendo que no período penitencial o regime se tornava mais austero; já os mosteiros irlandeses se caracterizavam pela rigorosidade e severas privações. Desta forma, os monges quando se retiravam para viver em um mosteiro beneditino, se comprometia em “cultivar uma vida espiritual mais disciplinada e dedicada a trabalhar pela sua salvação”.
Mas ao longo do tempo, os monges enfrentaram algumas batalhas. O historiador Thoomas E. Woods afirma que o Monte Cassino, a casa mãe dos beneditinos foi “saqueada pelos bárbaros lombardos em 539, destruídos pelos sarracenos em 884, arrasados por um terremoto em 1349, pilhada pelas tropas francesas em 1779 e arrasada por bombas durante a Segunda Guerra Mundial em 1944”, mas sempre os monges tornavam a reconstruir sua casa.
É preciso então dizer que além de se reestruturar a cada ataque, os monges não exerciam mudanças apenas nas igrejas ocidentais, pelo contrário, a sociedade monástica passou a reconhecê-los por sua humildade e regime espiritual.
Segundo relatos históricos, umas das maiores influências beneditinas para a sociedade foi a agricultura. No século XX, o presidente da Massachussetts Agricultural College afirma que eles “salvaram a agricultura quando ninguém mais poderia fazê-lo”, pois eles “praticaram-na no contexto de uma nova forma de vida e de novas condições”.  Os monges ao longo de sua existência “introduziam plantações, indústrias e métodos de produção desconhecidos do povo”; criavam gado e cavalos, além de abelhas. Eles também “represavam as águas das nascentes a fim de distribuí-las em tempos de secas. Além de serem responsáveis pelo progresso da agricultura, pela descoberta do processo de irrigação, aos monges também cabe o título de pioneiros na produção do vinho e também do champanhe, além de terem sido eles os principais colaboradores para os sistemas tecnológicos, exemplo, sistema hidráulico. Outra curiosidade: primeiro relógio que se tem notícia foi fabricado por Papa Silvestre, mas uma colaboração dos nossos monges!
Os monges também tiveram uma grande oportunidade de fazer a Europa passar por um grande progresso industrial, mas que foi barrado devido a ganância de Henrique VIII. McDonnell “acha que os monges estiveram perto de construir fornos para uma produção de ferro fundido em larga escala”, pois alguns mosteiros apresentavam fornos com grande potencial de fundição. Mas dentro dessas condições, “ao suprimir os mosteiros da Inglaterra, Henrique VIII quebrou esse potencial”. Se não fosse o interesse de se apossar dos bens da Igreja, a Europa teria passado por uma grande revolução industrial mais cedo do que se esperava.
Esses monges realmente são heróis que venceram muitas batalhas. São servos de atitudes, que utilizaram de forma corretíssima suas competências e habilidades em prol do bem da sociedade. Não se conformaram apenas com progressos tecnológico, mas com a partilha de conhecimento, ou seja, os mosteiros eram também centro de ensino. Os monges, ao longo de suas missões, fundaram escolas e se tornaram professores, essas foram algumas ações que deram bases para que futuramente surgissem as universidades com pensamentos políticos e religiosos.
Desta forma, afirmo que os monges de fato são grandes heróis não reconhecidos pela história. Graças a eles, teve início o progresso de ordem científico-tecnológico e que repercute nos dias de hoje!

São Luís, 04/04/2013
Aline Xavier Bras

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