domingo, 5 de maio de 2013

Igreja e ciência: trilhando o caminho do conhecimento II


Ao longo dos dias temos feito abordagens revelando a verdade por trás de todo o progresso científico do contexto histórico que foi vivido séculos atrás até os dias de hoje. Levantamos assuntos relacionados à Idade das Trevas que também é a Idade da luz e, o quanto os monges exerceram fundamental importância para o desenvolvimento das tecnologias. Ainda sim, muitas coisas precisam ser estudadas e reveladas à sociedade que por falta de conhecimento, tende a julgar a Igreja por algo que ela não fez, não nas proporções divulgadas pela mídia.
A partir de algumas leituras e até mesmo com base em algumas reportagens, percebemos que historiadores têm notado a importância da Igreja no desenvolvimento da ciência, mas, apesar dos números de trabalhos escritos, a sociedade dominante ainda tende a limitar o acesso a essas fontes. Desta forma, é necessário que desmitifiquemos algumas teorias incertas divulgadas mundo a fora. Mas que teorias são essas?
Assim como em textos anteriores afirmamos que a Idade das Trevas foi um período não de decadência, mas de progresso científico e cultural; a Revolução Industrial não reduziu a qualidade de vida, pelo contrário, houve nessa época um crescimento do padrão elevado da média de vida[1]. Citamos também o caso de Galileu, onde a Igreja, de acordo com as suas teorias, o apoiava, mas por falta de comprovações científicas, pedia que este, ao ensinar, expusesse a teoria como hipótese, não como uma verdade absoluta. Assim como este três exemplos, há diversas realidades no qual a Igreja está envolvida diretamente para o bem estar da sociedade, mas infelizmente, a sua ação ainda é algo que o sistema político faz questão de ocultar por meio da deturpação de suas ações.
É interessante que aqui, revelemos que a tradição da Igreja, independente do período (antiguidade, pré-história, Idade Média...) visa apenas conceber Deus “como realidade racional e ordenada” [2], sendo que Deus impôs uma ordem às obras de sua sabedoria no ato da criação. 
Falando em criação, Pe. Jaki atenta para ordem na qual Deus realiza a sua obra. Com base no livro de Sabedoria 11, 20 que afirma que “Deus dispôs de todas as coisas com medida, quantidade e peso”; Jaki interpreta que Deus “não apenas deu suporte aos cristãos que defenderam a racionalidade do universo nos fins da Antiguidade, como também incentivou os cristão que viveram um milênio mais tarde, no começo da ciência moderna, ao investir em pesquisas quantitativas como caminho para entender o universo”. É interessante percebemos que ao longo da história, quem deu corpo e iniciou o progresso da ciência e do pensamento científico foram os católicos, e isso ocorre porque o ambiente católico estava preenchido de bases que reforçava essa iniciativa, ou seja, havia um conhecimento para que o progresso tivesse sua gênese dentro deste ambiente religioso.
Desta forma, a Igreja e as pessoas que estudam as suas ações conduzem um passo de fé e razão, logo, não foi por acaso que o Catolicismo implantou aos poucos o sistema universitário: uma vez que acreditamos que “a natureza opera de acordo com os padrões fixos e inteligíveis”, reconhecemos que a ação de Deus não se dá de forma arbitrária. Acreditamos e reconhecemos o milagre como algo real e sobrenatural, “mas a própria idéia de milagre já sugere que se trata de algo incomum” dentro de um plano natural e realista.
Fundamentados nessa teoria, podemos afirmar também que a ciência deve partir de uma teoria, de uma filosofia e principalmente da fé. Somente assim a ciência, quando especulada, ganha um norteamento com base sólida e um método para sua concretização, sendo que hoje “a fé metafísica é quem sustenta a fé na ciência”.
Apesar de todos os estudos, torna-se -à medida que obtemos informações sobre a ordem natural das coisas e do universo- evidente que a ciência é algo que provém de uma ordem Divina.
Dentro de todo este contexto de buscar o conhecimento por meio da fé e estando ciente de que é por meio da fé que passamos a conhecer, utilizo o pensamento de Adelardo Bath para encerrar esta breve reflexão: “é pela razão que somos homens, assim, se virássemos as costas para a surpreendente beleza racional do universo em que vivemos, mereceríamos sem dúvida ser expulsos dele, como um hóspede que se comporta mal na casa em que foi recebido. Não pretendo tirar nada de Deus, porque tudo o que existe provém dEle...”
Logo, tudo pertence a Deus e o que está nesta terra também pertence a nós, pois tudo Ele nos, mas, uma vez que o homem tenta ser Deus e excluí-Lo de tudo o que existe, tornamo-nos filhos desobedientes que tenta usurpar a criação de alguém. Só podemos explicar as coisas quando enxergamos a realidade do universo com os olhos da fé, ou seja, é necessário explicar todas as coisas por meio de Deus, do contrário, tenderemos ao fracasso do conhecimento.
São Luís, 05/05/2013
Aline Xavier Bras


[1] Historiado Pierre Duhen
[2] Pe. Stanley Jaki é historiador e doutor em teologia.

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