sexta-feira, 24 de maio de 2013

A riqueza cultural disposta pela Igreja Católica




Como comunidade cristã, a Igreja Católica dispõe de riquezas com valores imensuráveis junto à sociedade, riquezas essas que serão carregadas por toda uma vida, tornando-se indestrutíveis, pois em sua maioria, trata-se de bens imateriais a serem contempladas e preservadas.
Em busca do conhecimento, a Igreja ao longo da sua existência tem colaborado de forma direta para o progresso da sociedade no que tange aspectos culturais e científicos. Foram muitos os estudos que buscavam compreender a nossa origem e como se dava a disposição de todas as coisas; muitos foram os métodos usados para a criação do sistema agrícola e industrial, além de estudos visando compreender o nosso sistema solar. E o que dizer de suas ações durante a Idade Média? Uma luz em meio às trevas!
Apesar da sua atuação enriquecedora dentro do meio social, há que venha julgar e condenar a Igreja. Ao menor erro ou deslize, tudo o que ela fez de bom para a sociedade desaparece, prevalecendo apenas os erros cometidos por aqueles que a representam. Mas, apesar de todas as turbulências, eis que as suportaremos felizes, pois a “sobre esta pedra edificarei a minha Igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela.” (Mateus 16, 18)
Quando falamos de riqueza cultural disposta pela Igreja, falamos daquilo que ela deixou e permanece até os dias atuais. Uma dessas heranças preservadas e fortemente presente nos dias de hoje, trata-se das imagens que como seta, orienta os fiéis a percorrer um caminho de santidade de forma mais firme. Mas tal manifestação artística foi alvo de heresias que nos condenavam e condenam até hoje.
Estudos realizados por Thomas E. Woods revela que nos séculos VIII e IX surgiu uma heresia que “rejeitava a veneração de imagens, ícones ou símbolos religiosos, e chegou a rejeitar a representação de Cristo e dos santos em qualquer tipo de arte”. Tal heresia é denominada de Iconoclasmo.
Adotado pelo imperador bizantino Leão III, a iconoclastia pretendia “proclamar uma doutrina que todos os que cressem em Cristo deviam aceitá-la”, pois a arte não poderia ser algo figurativo, ou seja, elas não poderiam representar a figura de Deus, ou Maomé, como é chamada na cultura islâmica. Leão III acredita que suas derrotas em batalhas enfrentadas contra os muçulmanos era castigo de “Deus por eles fazerem ícones e imagens” representando a Divindade.  Em protesto contra está lei, o monge São João Damasceno, com base bíblica e, fundamentado na tradição da Igreja, argumentava “que Deus não se opõe à veneração das imagens; em conseqüência, defendia teologicamente toda a arte religiosa”.
Fazer arte, de modo especial, arte religiosa requer um método que consiste em apóia-se “em princípios teológicos católicos”, a fim de compreendemos o real sentido transparecido por uma obra artística. Graças a tais fundamentações teológicas, no ano de 843, a iconoclastia foi abandonada pelos bizantinos que “voltaram a criar e venerar os ícones de Cristo e dos santos”.
Logo, as artes religiosas possuem por trás de toda a sua matéria algo extraordinário, é uma força mística que carrega o ambiente e proporciona à pessoa uma intimidade com Deus. Nisso consiste a arte bem elaborada: proporcionar intimidade. As imagens, as pinturas, construções e todas as demais obras religiosas funcionam como setas que indicam o caminho. Um santo, quando representado por um ícone, tem o poder de dizer que seguindo os seus passos estaremos aptos a nos tornar santo, assim como a cruz, que informa que alguém foi capaz de se sujeitar à humilhação de morrer como criminoso para nos salvar, logo, nos fazer refletir e contemplar é a função exercida pelas artes católicas expostas para serem veneradas pelos fiéis.
São Luís, 22/05/2013
Aline Xavier Bras

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