domingo, 26 de fevereiro de 2012

A experiência de viver uma missa Tridentina



“Do céu me destes o pão. Que contém todo sabor.”
Essas são as palavras que no meu pensar, melhor caracteriza a Missa Tridentina.
Hoje, foi um dos dias mais felizes de minha vida, dia em que realizei um dos meus sonhos. Participa e viver a Missa Tridentina foi voltar no tempo e presenciar o sacríficio do Verbo que se fez Carne por amor. Somente por amor, deu sua própria vida não apenas àqueles que vivem na terra, mas àqueles que há muito partiram de nosso meio, pois o Verbo Divino, também veio pelas almas que se encontram no limbo e no inferno.
Completamente diferente das missas atuais, a Missa Tridentina tem o poder de manter nossa atenção completamente voltada ao que ocorre no altar. O sacerdote de frente para o altar junto com os acólitos, o entoar de sua voz é baixa, devido a ausência do microfone. Isso faz com que o silêncio reine dentro do templo. E o que dizer dos cantos gregorianos? Lindo, suave e salutar, respeitando a realidade que circunda todo o local: o sacríficio do coordeiro!
Mas, o foco, sem dúvida, o ápice é a consagração do pão e do vinho. Todos os momentos anteriores: oração ao pé do altar, confissão do celebrante e dos fiéis, subida ao altar, incensação do altar, kýrie, glória in excélsis, coleta, ofertório, oferecimento do pão e do cálice, nada se compara a realização do sacríficio, momento sublime e de grande valor para a libertação de todas as almas que ali se entregam ao Deus tão grande que se faz pequeno em um pedaço de pão.
“Dómine, non sum dígnus, ut intres sub tectum meum, sed tantum dic verbo, et sanábitur ánima mea.”
Mas do que nunca, eu compreendi que sou indigna sim da morada de Deus em minha casa, mas aprendi que diante da escolha de viver a humildade, nas pequenas coisas me faço menos indigna de receber o meu Senhor e meu Deus na morada do meu coração. Deus não pede grandes coisas, e sim, ações simples e sinceras. Creio que seguindo os mandamentos e colocando em prática todos os seus pedidos e ensinamentos, além de satisfazer um desejo meu, faço bem ao próximo de modo direto e indireto.
Compreendi que o o verdadeiro céu é possível sim aqui na terra e que a misericórdia de Deus é tão grande, que mesmo diante da nossa ingratidão e do nosso julgar, Ele ainda permite que de forma bem mística, o sacríficio de dois mil anos atrás se torne atual, se renove a cada celebração eucarística.
Diante de tal fato e da incrível experiência de hoje, meu único desejo é que “o Corpo de nosso Senhor Jesus Cristo guarde a minha alma para a vida eterna.
“Corpus Dómini nostri Jesu Christi custódiat ánimam meam in vitam aetérnam.”
São Luís, 26/02/2012
Aline Xavier Bras

Um comentário:

  1. Também já tive a graça de assistir uma Missa Tridentina. Tanto no rito atual como o antigo vemos a presença do Deus, mas no rito Tridentino sentimos com mais clareza o sacrifício, o silêncio e a docilidade do mistério Eucaristico. Paz e bem!

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