sábado, 4 de maio de 2013

Igreja e ciência: trilhando o caminho do conhecimento I


São muitas as acusações que se levantam contra a Igreja nos dias de hoje. Uma delas é de que esta instituição religiosa é a maior inimiga da ciência. Como assim, não foi a Igreja quem deu o pontapé inicial para o progresso das tecnologias? Não foi a Igreja quem criou o berço do conhecimento científico denominado Universidade? Então, como pode a sociedade levantar suposições de que a Igreja, a maior motivadora do conhecimento, é inimiga da ciência?!
É preciso entender que a história passa por algumas deturpações e que nem tudo o que está escrito, deve ser tomado como verdade absoluta. Seguindo essa linha de pensamento, faz-se necessário levantar diversas fontes para encontrar um ponto em comum, a fim de chegar o mais perto possível da verdade que narra a nossa história.
Uma dessas verdades é que a Igreja não pode apenas ser vista como inimiga, mas também como uma aliada. As pessoas que constituem a Igreja concerteza cometeram alguns erros, mas foram muitos os seus acertos. Por esta razão, é necessário entender o contexto à nossa volta.
Estudos têm sido feitos, e muitas coisas estão sendo desmitificada. Uma delas consiste no caso das teorias de Galileu, onde a Igreja é acusada de obstruir o progresso científico. Segundo outro ponto de vista, a Igreja não só reconheceu a teoria de Galileu, como também motivou o avanço da pesquisa científica.
Galileu abalou o sistema ptolamaico ao descobrir montanhas na lua e suas quatro fases, a esfericidade dos corpos celestes... Os eclesiásticos festejaram tais descobertas e, em meados de 1960, “Pe. Cristovão comunicava por carta a Galileu que os seus amigos astrônomos jesuítas haviam confirmado as suas descobertas...”, em Roma, Galileu foi saudado tanto por religiosos quanto por leigos. Após suas descobertas e com o apoio de religiosos católicos, Galileu ficou tão eufórico que se sentiu à vontade em escrever e publicar o livro História e demonstrações em torno das manchas solares e dos seus acidentes. Dentro deste contexto de descoberta e aceitação, é preciso compreender que a “Igreja não fazia objeção ao uso do sistema copernicano”, pois apesar de não ser comprovada cientificamente, a teoria em pauta explicava os fenômenos celestes.  Galileu, apesar da não comprovação científica, se recusava a ensinar a teoria como hipótese (a Igreja queria que Galileu ensinasse a teoria como hipótese até que surjam evidências), chegando a afirmar que a Sagrada Escritura deveria ser reinterpretada, gerando um clima ruim junto aos teólogos. Logo, os conflitos existentes entre a Igreja e Galileu, surge não por culpa da Igreja, uma vez que ela comprovou sua teoria e aguardava apenas por provas, evidências científicas. Logo, “parte da culpa dos acontecimentos subseqüentes deve ser atribuída ao próprio Galileu, que recusou qualquer ressalva e, sem provas suficientes, fez derivar o debate para o terreno próprio dos teólogos.” (Langford)
Percebe-se aqui que querer reinterpretar as Sagradas Escrituras é algo que perdura de muito tempo, mas precisamos entender e acreditar que essa Escritura é verdadeira, e cabe a cada um de nós acreditarmos que esta verdade é inviolável.
 De acordo com o historiador Thoomas E. Woods, Galileu durante muito tempo ensinava publicamente a teoria copernicana como uma verdade única e universal, mesmo a Igreja tendo pedido que ele ensinasse como uma hipótese. Mesmo não aceitando o pedido da Igreja, é importante reforçarmos que em nenhum momento o copernicanismo foi considerado algo herético, apenas não tinha comprovações científicas.
Em 1632, contrariando o pedido da Igreja de tratar o copernicanismo como hipótese, Galileu publica o Diálogo sobre os dois grandes sistemas do mundo, obra que o torna suspeito de heresia e mancha a reputação da Igreja. Não se deixando abater, “cientistas católicos continuaram a fazer suas pesquisas, cuidando apenas de tratar como hipótese o movimento da terra, previsto no decreto da Santa Sé de 1616.”
De qualquer modo, podemos perceber que a Igreja busca um diálogo com os cientistas. Galileu, tendo todo o apoio dos líderes religiosos e jesuítas, na soube conter suas próprias expectativas. A Igreja, que reconhecia a teoria copernicana e admirava as descobertas de Galileu só pedia paciência, uma vez que afirmar algo requer comprovações.  Desta forma, a divulgação exagerada da mídia construiu uma imagem de uma Igreja “hostil à ciência”, quando na verdade, ela era a maior motivadora!

São Luís, 20/04/2013
Aline Xavier Bras

2 comentários:

  1. Olá, Aline, parabéns pelo seu texto, eu li integralmente e concordei com cada ponto. O professor Felipe Aquino, vira e mexe, aborda esse assunto no programa "Escola da Fé" e no "Pergunte e responderemos", ambos da Rede Canção Nova de TV .A questão é que há uma ala de ateus, agnósticos que insistem em negar esse fato. Vou compartilhar isso no Facebook com o maior prazer. Um abraço e fica com Deus.

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  2. Pois é Leni, sei que não sou uma escritora nata, mas a cada ia percebo a necessidade de nós, católicos, conhecermos nossa Igreja mais profundamente, a fim de nos defendermos de acusações errôneas, como é o caso de Galileu. Desde já agradeço sua participação unto ao blog e a divulgação do mesmo.
    Pax et Bonun!!!!!!!!!

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