quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Fui feito para amar




Em minhas andanças pelo mundo, em minhas poucas experiências de vida, percebo que a única coisa boa que temos garantido é a certeza de que nós somos filhos amados. Como é bom saber que amados somos.
Precisava tentar expressar aqui nesta pauta tudo o que sucedeu dentro de mim. Preciso dizer que meu coração foi dominado de um amor sem igual, um amor que não se conforma em apenas saber que é amado, mas crer verdadeiramente que este amor é real, concreto e que precisa ser expresso uma vez que eu fui feita imagem e semelhança, reflexo de Deus a partir da força que Dele emana e em mim permanece através do meu sim, da minha entrega e do ato de me fazer pequena para que Ele se torne grande dentro de mim.
Diante do santíssimo, que mais uma vez após a atualização do sacrifício de amor foi exposto, compreendi de forma perfeita o quanto devemos nos colocar nos braços do Cordeiro. Esse colocar-se, não é o simples fato de se ajoelhar e chorar adorando-O, mas de se lançar violentamente ao mais profundo e benevolente amor. Do que adianta dobrar nossos joelhos se a nossa alma não se curvar humildemente para recebê-Lo? Do que adianta comungá-Lo, se não sentirmos as vestes de pecado dentro de nós se estraçalhando por optarmos em sermos puros e livres para segui-Lo? Chega de mediocridade em nossas vidas, precisamos nos tornar violentos, e assim nos lançar no altar do coração de nosso Senhor!
E neste lançar, tornamos-nos servos, na verdade, mais do que servos. Uma vez dispostos a entregar toda a nossa vida para ser consumida merecidamente por Deus, estamos dando um sim de corpo e alma que não nos permitirá olhar para trás. Queremos seguir, eu quero seguir. Sentir minha alma inflamar, tornar-me prisioneira do mais doce amor; amar até que doa dentro de mim, e no misto de satisfação, sentir que a eternidade perpassa pelo sacrifício de se entregar ao amor e por amor de corpo e alma. A eternidade consiste verdadeiramente em construir o reino dos céus dentro de nós, lembrando que só podemos contemplar Deus no sacramento a partir do momento que deixamos a imagem de Deus, a luz Dele, emanar de nós.
O sofrimento ganha sabor, as dúvidas não precisam ser respondida, o tempo, já não é importante, pois vivenciamos o kairós.
Desta forma, eu, que tanto lutei e andei por caminhos dolorosos, já não me importo se uma lágrima cair de meus olhos. Não me importo porque reconheço de forma clara que Alguém a secará, para torná-la em balsamo. Não me importa tudo sofrer por amor, pois receberei com alegria tudo que vier, uma vez que o Tesouro não pode ser escondido. Dobrarei não meus joelhos, mas minha alma para que todos possam perceber que em meu coração a luz que brilha em mim é sobrenatural.
“Vou te levar, vou te mostrar, que todos possam ver a luz que vem de Ti e brilha em mim, não posso ocultar, vou Ti levar em meu olhar...”, pois fui feita para amar.
São Luís, 30/01/2013
Aline Xavier Bras

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Sou luquinha por toda a vida



          Que o Ministério Universidades Renovadas é um orgulho para todos os luquinhas nós já sabemos, mas, se aprofundar na gênese deste ministério é algo sobrenatural!
          Em dezembro de 2012, durante o Encontro Estadual em Caxias-MA, fui presenteada com o livro Dai-lhes vós mesmos de comer, escrito por Ivna Sá dos Santos, umas das pioneiras do Ministério Universidades Renovadas. O presente foi uma premiação por ter tirado o primeiro lugar na amostra científica com o trabalho intitulado por São Luís do Maranhão: um olhar voltado para a compreensão das manifestações culturais do bumba-meu-boi.
          Estou há mais ou menos três anos dentro deste ministério, e confesso que nos momentos de maiores angustia eu fui carregada (inclusive no sentido literal) por este ministério que vive de fato o ser família anunciado por Cristo. Lendo este livro e refletindo cada palavra exposta pela Ivna, lágrimas caíam de meus olhos. Talvez tenha um pouco de exagero, uma vez que sempre fui muito emotiva, mas, como não chorar lendo este testemunho de anos e rememorando a cada momento as realidades vividas nesses três anos juntos aos luquinhas que fazem essa história real nos dias de hoje? Para mim, não há como não deixar de chorar e cantar que “lágrimas rolaram pra estarmos aqui e pra continuarmos o que pode vir...”. E o que pode vir nos dias de hoje? Eu preciso dizer que muito ainda será escrito ao longo do tempo, pois vivemos em um país continental que ainda não alcançou a total amplitude do sonho de amor anunciado no ano de 1990. Olha que aqui ressalto apenas o nosso país, imagine o que os demais países que vivem essa realidade também não têm a dizer sobre esta história que a cada dia se renova e ganha novas proporções?
Em cada capítulo deste livro, conseguia associar a realidade de antes com a realidade de hoje. A Ivna relatando as correrias para organizar o ENUCC’s, me fazia lembrar as nossas correrias aqui no Maranhão para organizar nosso I Acampamento, as nossas correrias em sinais de trânsitos para conseguir grana para as calouradas, as nossas correrias para juntar dinheiro e levar luquinhas para eventos em outros Estados e principalmente a nossa correria para vivermos o Bote Fé dentro da Instituição de Ensino Superior, a Universidade Federal do Maranhão. Sim, nunca ei de esquecer do dia em que Milena (coordenadora diocesana), junto com Dira e Eulina chegaram até mim dizendo que haviam sido recebidas pelo reitor e que este, não só disse sim ao ministério, mas revelou também o quanto ele amava a nossa Igreja, a sua Igreja. Desde então, sonhos se realizando e muito choro de todos que assim como eu, deixam as lágrimas rolarem de forma simples.
          Durante esses dias de leitura, intercalando o passado, com o presente e o futuro do MUR o Senhor, dentro da minha rotina de luquinha universitária queria revelar um pouco mais de si para mim. Hoje (07/01/2013), quando junto com mais três amigos me direcionava para o meu GOU Sopro de Deus, uma grande amiga minha do ministério partilhava comigo que nessa primeira semana do ano de 2013, havia descoberto que Deus é simples. Olha que incrível Ivna! Olha meus companheiros de GOU que incrível descoberta era partilhada a mim! Isso está o tempo inteiro bem claro no livro e eu ainda não tinha percebido que Deus é simples! E “somado a isso, Deus não faz em nós uma obra fragmentada. Ninguém é só profissional do Reino, mas é também filho, amigo, marido, mulher, pai e ‘mãe do Reino’”. Isso me faz lembrar que durante o ENUR-Brasília (eu estava lá, eu me converti ao MUR em Brasília!), Milena Mária falava que iria me acompanhar durante muito tempo, e foi assim. Hoje afirmo que se eu vivo, foi porque esses universitários cheios de parresia deixavam tudo, mais tudo mesmo para me socorrer. Eles, com minha família estiveram juntos de mim não só na alegria, mas também na doença, assim como a Ivna relata quando estava super mal no México. É, de fato Deus não faz em nós obras fragmentadas, e eu sou prova disso. Sou o artesanato sendo lapidado a cada momento por este ministério que visa construir um sonho de amor para o mundo.
          “Sonhar e crer em Deus, renovando nossas escolas, levar a todos a Palavra de Deus, unir a fé e a razão. Somos filhos de Deus, somos frutos do amor e da sabedoria divina”.

São Luís, 07/01/2013
Aline Xavier Bras