Eis que aqui
conheceremos os mais novos heróis da história da humanidade. Sim, homens que
primeiro buscaram o reino dos céus por meio de intensos exercícios de virtudes
para que com a maior ferramenta do mundo, salvassem a civilização ocidental.
Os monges,
inicialmente eram conhecidos como religiosos que se isolavam da sociedade. No
século III, os monges saíam para os desertos como forma de renunciar tudo o que
era mundano e lá permaneciam em constante oração. Tempos depois, reconhecendo
que este isolamento era prejudicial a vida, foi reconhecido que estes, assim
como todos os homens precisam viver em comunidade, desta forma, monges passam a
viver de forma comum, ou seja, eles se mudam param os mosteiros. Após a eleição
de um monge para o papado (Celestino V), o monaquismo passa a ganhar espaço na
história do ocidente.
Santa
Atanásio com suas viagens e João Cassiano com seus escritos começam a exercer
algumas influências no mundo ocidental, mas São Bento foi aquele que mais
contribuiu para o ocidente fundando pequenas comunidades de monges nas
proximidades de Roma. A forma como colocava em ordem o grande mosteiro
facilitou a difusão de suas regras pela Europa, essa regra foi conhecida como
Regra de São Bento. Mas porque tais mosteiros ganharam espaços tão facilmente?
Bem, os mosteiros beneditinos ofereciam aos monges alimentação e descanso
adequado, sendo que no período penitencial o regime se tornava mais austero; já
os mosteiros irlandeses se caracterizavam pela rigorosidade e severas
privações. Desta forma, os monges quando se retiravam para viver em um mosteiro
beneditino, se comprometia em “cultivar uma vida espiritual mais disciplinada e
dedicada a trabalhar pela sua salvação”.
Mas ao longo
do tempo, os monges enfrentaram algumas batalhas. O historiador Thoomas E.
Woods afirma que o Monte Cassino, a casa mãe dos beneditinos foi “saqueada
pelos bárbaros lombardos em 539, destruídos pelos sarracenos em 884, arrasados
por um terremoto em 1349, pilhada pelas tropas francesas em 1779 e arrasada por
bombas durante a Segunda Guerra Mundial em 1944”, mas sempre os monges tornavam
a reconstruir sua casa.
É preciso
então dizer que além de se reestruturar a cada ataque, os monges não exerciam
mudanças apenas nas igrejas ocidentais, pelo contrário, a sociedade monástica
passou a reconhecê-los por sua humildade e regime espiritual.
Segundo
relatos históricos, umas das maiores influências beneditinas para a sociedade
foi a agricultura. No século XX, o presidente da Massachussetts Agricultural
College afirma que eles “salvaram a agricultura quando ninguém mais poderia
fazê-lo”, pois eles “praticaram-na no contexto de uma nova forma de vida e de
novas condições”. Os monges ao longo de
sua existência “introduziam plantações, indústrias e métodos de produção
desconhecidos do povo”; criavam gado e cavalos, além de abelhas. Eles também
“represavam as águas das nascentes a fim de distribuí-las em tempos de secas.
Além de serem responsáveis pelo progresso da agricultura, pela descoberta do
processo de irrigação, aos monges também cabe o título de pioneiros na produção
do vinho e também do champanhe, além de terem sido eles os principais
colaboradores para os sistemas tecnológicos, exemplo, sistema hidráulico. Outra
curiosidade: primeiro relógio que se tem notícia foi fabricado por Papa
Silvestre, mas uma colaboração dos nossos monges!
Os monges
também tiveram uma grande oportunidade de fazer a Europa passar por um grande
progresso industrial, mas que foi barrado devido a ganância de Henrique VIII.
McDonnell “acha que os monges estiveram perto de construir fornos para uma
produção de ferro fundido em larga escala”, pois alguns mosteiros apresentavam
fornos com grande potencial de fundição. Mas dentro dessas condições, “ao
suprimir os mosteiros da Inglaterra, Henrique VIII quebrou esse potencial”. Se não
fosse o interesse de se apossar dos bens da Igreja, a Europa teria passado por
uma grande revolução industrial mais cedo do que se esperava.
Esses monges
realmente são heróis que venceram muitas batalhas. São servos de atitudes, que
utilizaram de forma corretíssima suas competências e habilidades em prol do bem
da sociedade. Não se conformaram apenas com progressos tecnológico, mas com a partilha
de conhecimento, ou seja, os mosteiros eram também centro de ensino. Os monges,
ao longo de suas missões, fundaram escolas e se tornaram professores, essas
foram algumas ações que deram bases para que futuramente surgissem as
universidades com pensamentos políticos e religiosos.
Desta forma,
afirmo que os monges de fato são grandes heróis não reconhecidos pela história.
Graças a eles, teve início o progresso de ordem científico-tecnológico e que
repercute nos dias de hoje!
São Luís, 04/04/2013
Aline Xavier Bras
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