sábado, 6 de abril de 2013

A moda do vestir-se



Assim como as drogas, as violências, as corrupções... a moda também tem se tornado um grande problema para a sociedade. Exagero? Infelizmente não, uma triste realidade que precisa ser refletida.
A cada dia que passa, fico espantada com o vestir de muitas moças e senhoras que andam por aí. Pior do que vestir-se, é a ignorância sobre o malefício que este gera dentro de uma sociedade; e o descaso ao próprio corpo é surpreendente. Tão contrário à modéstia de tempos atrás, a moda tem disseminado uma forma de vestir que diminuí a mulher simplesmente a uma coisa qualquer. Como assim? Já repararam como os homens olham e comentam ao ver uma mulher praticamente seminua? Pois é, não são olhares de respeito e admiração, mas um olhar de quem diz: “essa ta no ponto” ou “essa não vale nada, qualquer um pode passar a mão”. Exagero, também não. O mal vestir é um convite para que homens e até mesmo outras mulheres façam comentários de mau gosto. Mas acima disso, gostaria de ressaltar outro fato mais entristecedor: algumas mulheres que freqüentam a Igreja parecem esquecer o quanto o seu corpo é sagrado. Usei o termo “mulheres que freqüentam a Igreja” propositadamente, pois acredito que uma verdadeira religiosa não colocaria os pés em solo sagrado de qualquer forma.
Tempos atrás, ainda acreditava-se que as pessoas teriam cautela ao vestir-se para entrar na Igreja. Infelizmente, nem mesmos os lugares sagrados foram respeitados. Homens e mulheres parecem querer fazer da igreja um local de disputa de quem está “bem mais vestida”, quer dizer, menos vestida; e nesse disputar acabam chamando todas as atenções para si, ignorando o aspecto moral de si mesmo. Infelizmente, no mundo de hoje, a maioria das pessoas não compreendem que vestir-se decentemente é uma contribuição da sociedade para uma bem intencionada civilidade. Mas alguns outros aspectos podem ser usados para esclarecer o porquê devemos nos vestir bem.
 Em um livro denominado Seletas de textos sobre a modéstia, em uma Alocução do Papa Pio XII ao Congresso da “União Latina de Alta Costura, expõe três pontos que justificam a razão para o vesti. Conforme o texto são os seguintes pontos: higiene, decência e adorno.
A higiene é referente ao clima, “sua variação e outro fatores externo como possível causa de desconforto ou enfermidade” que em casos de saúde, deve ser respeitado. A decência inclui uma “consideração apropriada para a sensibilidade como defesa da honestidade moral e um escudo contra a sensualidade desordenada”; a decência no vestir é uma forma do homem preservar e defender os seus bens (corpo) de desejos indiscriminados, ou seja, uma das formas de proteger tais bens está sobre o vestir-se de forma adequada. Por fim, o adorno, que consiste no embelezamento da pessoa, é uma tendência natural de modo especial, das mulheres. O adorno deve ser utilizado com o objetivo de melhorar a beleza moral, distraindo “a atenção dos sentidos e concentrando a reflexão do espírito”.
O vestir-se, além de ser algo saudável, é também uma forma de comunicar ou externar aquilo que temos dentro de nós. “O vestir tem sua própria linguagem multiforme e eficaz”, capaz de expressar alegrias e tristezas, autoridade e poder, sagrado e até mesmo o profano. O vestir, também pode ser algo manipulado, capaz de gerar uma falsa imagem.
Inicialmente comecei esta reflexão ressaltando aspectos reais do mau uso das vestimentas nos dias atuais e de fato, existe um péssimo uso deste instrumento que poderia ser uma bela arte. Justamente, a moda do vestir-se é uma arte que “se dedica expressamente a melhorar a beleza física”, mas cujo problema consiste “numa reconciliação harmoniosa da ornamentação exterior da pessoa com o interior de ‘um espírito suave e pacífico’.
Desta forma, encerro este pensamento afirmando que no vestir-se, a pessoa deve ter em mente uma valorização de si, entender que antes de qualquer coisa, o corpo precisa ser preservado, não somente por ser obra e templo de Deus (é o essencial), mas para que aos olhos dos homens (que muitas vezes não entendem o sagrado) mostre respeito próprio, ou seja, eu me respeito primeiro para que o outro possa me respeitar.

São Luís, 05/04/2013
Aline Xavier Bras

Um comentário:

  1. Não tem nada de "feminino" e "modesto" nas roupas que supostamente "refletem o dom da feminilidade da mulher". Saia longa com bota, MOLETOM (!!!) e um cinto nada a ver com o resto da roupa. Não se deve confundir mau gosto com modéstia. A mulher do meio da imagem parece mais uma hipster dos anos 70 do que católica. O nosso corpo é dividido em partes honestas, menos honestas e desonestas. O que a Igreja pede a nós mulheres, nesse caso, é que nos vistamos com feminilidade, pudor e modéstia. E deve existir o bom senso de saber escolher o que vestir. Colocar vestes que cubram inclusive partes menos honestas (pescoço, pernas, braços) próximas a partes honestas (mãos, pés, tornozelo) só para dizer que cobriu alguma coisa parece mais uma visão puritana protestante disfarçada de virtude do que modéstia católica. Modéstia é virtude, não "estilo". E tem relação com a virtude da temperança. É necessário que haja bom senso e equilíbrio. Pegar qualquer combinação ruim, como esse moletom com saia longa largada de tecido fino, sendo o moletom uma peça que é sinônimo de conforto e preguiça, não tem nada a ver com modéstia, mas mau gosto mesmo.

    ResponderExcluir