Assim como as
drogas, as violências, as corrupções... a moda também tem se tornado um grande
problema para a sociedade. Exagero? Infelizmente não, uma triste realidade que
precisa ser refletida.
A cada dia
que passa, fico espantada com o vestir de muitas moças e senhoras que andam por
aí. Pior do que vestir-se, é a ignorância sobre o malefício que este gera
dentro de uma sociedade; e o descaso ao próprio corpo é surpreendente. Tão
contrário à modéstia de tempos atrás, a moda tem disseminado uma forma de
vestir que diminuí a mulher simplesmente a uma coisa qualquer. Como assim? Já
repararam como os homens olham e comentam ao ver uma mulher praticamente
seminua? Pois é, não são olhares de respeito e admiração, mas um olhar de quem
diz: “essa ta no ponto” ou “essa não vale nada, qualquer um pode passar a mão”.
Exagero, também não. O mal vestir é um convite para que homens e até mesmo
outras mulheres façam comentários de mau gosto. Mas acima disso, gostaria de
ressaltar outro fato mais entristecedor: algumas mulheres que freqüentam a
Igreja parecem esquecer o quanto o seu corpo é sagrado. Usei o termo “mulheres
que freqüentam a Igreja” propositadamente, pois acredito que uma verdadeira
religiosa não colocaria os pés em solo sagrado de qualquer forma.
Tempos atrás,
ainda acreditava-se que as pessoas teriam cautela ao vestir-se para entrar na
Igreja. Infelizmente, nem mesmos os lugares sagrados foram respeitados. Homens
e mulheres parecem querer fazer da igreja um local de disputa de quem está “bem
mais vestida”, quer dizer, menos vestida; e nesse disputar acabam chamando
todas as atenções para si, ignorando o aspecto moral de si mesmo. Infelizmente,
no mundo de hoje, a maioria das pessoas não compreendem que vestir-se decentemente
é uma contribuição da sociedade para uma bem intencionada civilidade. Mas
alguns outros aspectos podem ser usados para esclarecer o porquê devemos nos
vestir bem.
Em um livro denominado Seletas de textos sobre
a modéstia, em uma Alocução do Papa Pio XII ao Congresso da “União Latina de
Alta Costura, expõe três pontos que justificam a razão para o vesti. Conforme o
texto são os seguintes pontos: higiene, decência e adorno.
A higiene é referente ao clima, “sua
variação e outro fatores externo como possível causa de desconforto ou
enfermidade” que em casos de saúde, deve ser respeitado. A decência inclui uma “consideração apropriada para a sensibilidade
como defesa da honestidade moral e um escudo contra a sensualidade
desordenada”; a decência no vestir é uma forma do homem preservar e defender os
seus bens (corpo) de desejos indiscriminados, ou seja, uma das formas de
proteger tais bens está sobre o vestir-se de forma adequada. Por fim, o adorno, que consiste no embelezamento
da pessoa, é uma tendência natural de modo especial, das mulheres. O adorno
deve ser utilizado com o objetivo de melhorar a beleza moral, distraindo “a
atenção dos sentidos e concentrando a reflexão do espírito”.
O vestir-se,
além de ser algo saudável, é também uma forma de comunicar ou externar aquilo
que temos dentro de nós. “O vestir tem sua própria linguagem multiforme e
eficaz”, capaz de expressar alegrias e tristezas, autoridade e poder, sagrado e
até mesmo o profano. O vestir, também pode ser algo manipulado, capaz de gerar
uma falsa imagem.
Inicialmente
comecei esta reflexão ressaltando aspectos reais do mau uso das vestimentas nos
dias atuais e de fato, existe um péssimo uso deste instrumento que poderia ser
uma bela arte. Justamente, a moda do vestir-se é uma arte que “se dedica
expressamente a melhorar a beleza física”, mas cujo problema consiste “numa
reconciliação harmoniosa da ornamentação exterior da pessoa com o interior de
‘um espírito suave e pacífico’.
Desta forma,
encerro este pensamento afirmando que no vestir-se, a pessoa deve ter em mente
uma valorização de si, entender que antes de qualquer coisa, o corpo precisa
ser preservado, não somente por ser obra e templo de Deus (é o essencial), mas
para que aos olhos dos homens (que muitas vezes não entendem o sagrado) mostre
respeito próprio, ou seja, eu me respeito primeiro para que o outro possa me
respeitar.
São Luís, 05/04/2013
Aline Xavier Bras
Não tem nada de "feminino" e "modesto" nas roupas que supostamente "refletem o dom da feminilidade da mulher". Saia longa com bota, MOLETOM (!!!) e um cinto nada a ver com o resto da roupa. Não se deve confundir mau gosto com modéstia. A mulher do meio da imagem parece mais uma hipster dos anos 70 do que católica. O nosso corpo é dividido em partes honestas, menos honestas e desonestas. O que a Igreja pede a nós mulheres, nesse caso, é que nos vistamos com feminilidade, pudor e modéstia. E deve existir o bom senso de saber escolher o que vestir. Colocar vestes que cubram inclusive partes menos honestas (pescoço, pernas, braços) próximas a partes honestas (mãos, pés, tornozelo) só para dizer que cobriu alguma coisa parece mais uma visão puritana protestante disfarçada de virtude do que modéstia católica. Modéstia é virtude, não "estilo". E tem relação com a virtude da temperança. É necessário que haja bom senso e equilíbrio. Pegar qualquer combinação ruim, como esse moletom com saia longa largada de tecido fino, sendo o moletom uma peça que é sinônimo de conforto e preguiça, não tem nada a ver com modéstia, mas mau gosto mesmo.
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