É preciso dizer que em meio a
tantas perseguições religiosas, a maioria das pessoas são loucas de amor por
Cristo.
A alegria que a cruz causa em
muitos cristãos é nada mais e nada menos que uma lembrança da qual precisa ser
exercitada a cada dia do amor que tudo suporta. A cruz deixou de ser símbolo de
tristeza, sofrimento e dor para torna-se em realidade que nos preenche de
felicidade, que nos faz reconhecer que a dor é o passo quase que inicial para
alegria da alma. A cruz da qual estamos atados é a cruz que nos liberta de
nossas próprias limitações espirituais e humanas. Como dizia São Paulo, na
esperança de assemelhar-se a Jesus: “eu vivo, mas já não sou eu quem vivo é
Cristo que vive em mim.” (Gálatas 2, 19).
O mundo ver como loucura a
devoção dos verdadeiros cristãos diante da cruz que séculos atrás representava
condenação e sofrimento. Realmente parece ser loucura venerar uma cruz preenchida
de sangue de um Deus que foi ferido, flagelado e exposto até a morte. Mas este
pensamento limitado já não nos importa, pois apenas os loucos reconhecem dentro
de nós a alegria inefável ao Amor que preferiu ser Crucificado por cada
criatura humana.
Enquanto que no espaço de tempo, o
mundo físico, moral e espiritual nos concedem felicidades passageiras e
completamente limitadas a um breve espaço de tempo, a Cruz acaba por ir além,
tornando-se “o alívio do desventurado, a
esperança do moribundo. Na alegria ela enternece; na tristeza ela consola; até
mesmo no cemitério, nas sombras da morte, a Cruz é um penhor de vida!”.
Representa uma alegria gerada pela dor do arrependimento, pelo perdão dos
pecados e principalmente pela conformidade em aceitar a vontade de Deus, uma
vez que o nosso querer consiste em aceitar tudo aquilo que Deus nos coloca, de
almejar profundamente que “a vontade de
Deus seja o nosso paraíso”.
Desta forma, posso afirmar que
não existe cristão verdadeiro sem uma cruz. Não existe porque todo cristão
aceita carregar sua cruz constantemente a fim de aceitar a glória do céu.
Conseguimos entender que é aceitando a cruz do sofrer, das dificuldades e
escolher que abrimos a porta estreita que nos conduz ao céu. A cruz acaba por
se tornar sinônimo de doação, de conciliação da fé e da razão, principalmente
da imitação de um Cristo que entregou-se como oferta do mais puro e verdadeiro
amor!
Assim, podemos ver que a loucura
de aceitar a Cruz “é um verdadeiro
remédio, porque nos despoja do velho homem, restaura as partes nobres da nossa
natureza, que só se purifica e regenera pela crucificação, isto é, pelo aniquilamento
de suas partes más”.
Encerrando, afirmo que se ainda
falta felicidade para o homem moderno, é porque este não soube aceitar a
felicidade extraída do seu próprio sofrer, ou seja, não soube aceitar A LOUCURA
DA CRUZ.
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